Achei esta coluna no www.acontecendoaqui.com.br
e parabenizando por tão bela e delicada homenagem à sua filha Lara, trancrevo-a aqui para que os que me leem possam também usufruir desse prazer.
Ana Lavratti
A contabilidade da maternidade
05 OUT -
Ao reservar minha agenda, filha, pra tua festa de aniversário, me deparei com contas que nunca havia ousado fazer. E com resultados, ainda que delicados, à prova de manipulação.
Nesse algoritmo movido à nostalgia, me pus a calcular se valeu a pena trocar a minha liberdade, tão cara, pela submissão às tuas necessidades.
Tentei somar os eventos que perdi, os brindes que não ouvi, as risadas que ficaram por ser dadas em alguma mesa de bar.
Mas só consegui calcular a festa de arromba que provo a cada manhã, quando o mar que habita teus olhos me inunda de esperança. Quando o lento abrir das tuas pálpebras, como uma onda de paz, renova a certeza de que tenho em casa a amizade mais concreta e a companhia mais completa que alguém pode desejar.
Num segundo esforço, tentei somar as vitrines que não vi, as ginásticas que faltei, as corridas que adiei mesmo sabendo que meu corpo clamava por esse impulso.
Mas só consegui calcular o saldo de saúde que provo a cada dia, quando a natureza intocada da tua gargalhada quebra meu próprio recorde de amor, e estabelece um novo patamar de força a meus braços, de fôlego ao meu coração.
No balanço das emoções, tentei somar quantas vezes meu nome deixou de luzir nas TVs de milhões de lares, desde que troquei a bancada de telejornais por uma poltrona de bebê no banco de trás. Mas só consegui calcular o apogeu da fama que provo a cada entardecer, quando chamas por mim na saída da escola, e me abraças apertado ao soltar manchetes exclusivas: que me amas do tamanho do céu, que estavas com saudade, que queres meu colinho (mesmo tendo ultrapassado a marca de um metro).
Tentei então, em vão, somar os filmes que não vi, os amigos que não visitei, os trabalhos que não concluí, as viagens que não passaram da fase preliminar.
Mas só consegui calcular o programa impagável que provo a cada noite, quando me transportas pra um mundo mágico, resoluta, convencida de que és princesa, ora sereia, às vezes fada, e quase sempre, o Michael Jackson.
Nessa contabilidade sem regras,
me convenci que 1 mais 1 pode ser 3, quando uma mulher e um homem somam abnegação pra formar uma família, com personagens reais, com rotinas leais.
Nessa contabilidade sem limites,
percebi o quanto, ao te ver “voar” com uma varinha de condão, ou dançar Moonwalk com os pés colados no chão, tu dás à minha vida mundana o extrato de uma experiência divina.
Nessa contabilidade sem fraudes,
preciso confessar, filha, que meu amor por ti tem um milhão de dígitos, e continua aumentando, mesmo sem motivos, na proporção dos teus sorrisos.
Nos 4 anos da Lara... ar do meu lar.
Aqui você vai encontrar assuntos diversos de acordo com o meu estado de espírito: alegre, triste eventualmente, muito raramente com raiva, porém geralmente com uma pitada de irreverência.
Quem sou eu
- Clotilde ♥ Fascioni
- Campinas , São Paulo , Brazil
- Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
Os pensares de mãe
Achei esta coluna no www.acontecendoaqui.com.br
e parabenizando por tão bela e delicada homenagem à sua filha Lara, trancrevo-a aqui para que os que me leem possam também usufruir desse prazer.
Ana Lavratti
A contabilidade da maternidade
05 OUT -
Ao reservar minha agenda, filha, pra tua festa de aniversário, me deparei com contas que nunca havia ousado fazer. E com resultados, ainda que delicados, à prova de manipulação.
Nesse algoritmo movido à nostalgia, me pus a calcular se valeu a pena trocar a minha liberdade, tão cara, pela submissão às tuas necessidades.
Tentei somar os eventos que perdi, os brindes que não ouvi, as risadas que ficaram por ser dadas em alguma mesa de bar.
Mas só consegui calcular a festa de arromba que provo a cada manhã, quando o mar que habita teus olhos me inunda de esperança. Quando o lento abrir das tuas pálpebras, como uma onda de paz, renova a certeza de que tenho em casa a amizade mais concreta e a companhia mais completa que alguém pode desejar.
Num segundo esforço, tentei somar as vitrines que não vi, as ginásticas que faltei, as corridas que adiei mesmo sabendo que meu corpo clamava por esse impulso.
Mas só consegui calcular o saldo de saúde que provo a cada dia, quando a natureza intocada da tua gargalhada quebra meu próprio recorde de amor, e estabelece um novo patamar de força a meus braços, de fôlego ao meu coração.
No balanço das emoções, tentei somar quantas vezes meu nome deixou de luzir nas TVs de milhões de lares, desde que troquei a bancada de telejornais por uma poltrona de bebê no banco de trás. Mas só consegui calcular o apogeu da fama que provo a cada entardecer, quando chamas por mim na saída da escola, e me abraças apertado ao soltar manchetes exclusivas: que me amas do tamanho do céu, que estavas com saudade, que queres meu colinho (mesmo tendo ultrapassado a marca de um metro).
Tentei então, em vão, somar os filmes que não vi, os amigos que não visitei, os trabalhos que não concluí, as viagens que não passaram da fase preliminar.
Mas só consegui calcular o programa impagável que provo a cada noite, quando me transportas pra um mundo mágico, resoluta, convencida de que és princesa, ora sereia, às vezes fada, e quase sempre, o Michael Jackson.
Nessa contabilidade sem regras,
me convenci que 1 mais 1 pode ser 3, quando uma mulher e um homem somam abnegação pra formar uma família, com personagens reais, com rotinas leais.
Nessa contabilidade sem limites,
percebi o quanto, ao te ver “voar” com uma varinha de condão, ou dançar Moonwalk com os pés colados no chão, tu dás à minha vida mundana o extrato de uma experiência divina.
Nessa contabilidade sem fraudes,
preciso confessar, filha, que meu amor por ti tem um milhão de dígitos, e continua aumentando, mesmo sem motivos, na proporção dos teus sorrisos.
Nos 4 anos da Lara... ar do meu lar.
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