quarta-feira, 27 de maio de 2009

Quem bate bem da cabeça?

Esta semana andei prestando atenção em frases interessantes, por exemplo: "Quem se conforma com o que tem, é rico." xxxxxxxxxxxx "Sofrer é uma perda de tempo". (Facundo Cabral) eu ainda acrescentaria: odiar também, já que na maioria das vezes o odiado nem sabe disso. XXXXXXXXXXXXX Me digam se quem fez isso nessa árvore, bate bem da cabeça??? Não pode né? Mas a frase realmente marcante, eu li numa crônica onde Leonardo Boff referenciava uma garota de de rua de nome Herser, que falou para ele: "Eu só queria nascer de novo para me ensinar a viver". Sem mais comentários, né?

sábado, 23 de maio de 2009

Preguiça

Pois é...estou como este nó de corda (achei linda a figura). Quero fazer mil coisas e só estou conseguindo fazer trezentas...e assim não dá. Estou costurando pintando, lendo além de "brincar de casinha", só que bateu uma preguicinha... Os dias estão maravilhosamente belos, um escândalo. Deus deve estar de muito bom humor e com certeza, não é pelo que o ser (+/_) humano está fazendo não; é aquela alegria que de vez em quando enche o nosos peito e dizemos para o nosso ziper "-Vou fazer lindas coisas para ver todo mundo feliz_ " e faz; e pior é que tem gente que nem percebe...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Dr Bezerra de Menezes

Dr Bezerra de Meneses.

Hoje assisti mais uma belíssima aula de estudos do Livro dos Espíritos de autoria de Allan Kardec, com interação da platéia, ouvintes e internautas o que gerou desmembramentos muito interessantes. Lá pelas tantas o palestrante, André Luiz Ruiz, leu para nós assistentes, internautas e ouvintes, uma declaração dada em vida e em público pelo Dr. Bezerra de Menezes, como ele via e vivia a Medicina, profissão que fez de sacerdócio. Bezerra de Menezes tinha a função de médico no mais elevado conceito, por isso, dizia ele: "Um médico não tem o direito de terminar uma refeição, nem de perguntar se é longe ou perto, quando um aflito qualquer lhe bate à porta. Ou que não acode por estar com visitas, por ter trabalhado muito e achar- se fatigado, ou por ser alta hora da noite, mau o caminho ou o tempo, ficar longe ou no morro, o que sobretudo pede um carro, a quem não tem com que pagar a receita, ou diz a quem lhe chora à porta que procure outro -- esse não é médico, é negociante de medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos de formatura. Esse é um desgraçado, que manda para outro, o anjo da caridade que lhe veio fazer uma visita e lhe trazia a única espórtula que podia saciar a sede de riqueza do seu Espírito, a única que jamais se perderá nos vaivens da vida." B.M. Muito lindo, infelizmente se já eram raros os que faziam da medicina um sacerdócio antigamente, imagine hoje....

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Lalita, a Borboleta

Por motivos obvios estou postando a história que escrevi para a Laura, quando nasceu há 12 anos atrás. Ela é "especialista em eletrônicos"
Lalita , a Borboleta. Lalita era uma borboleta cheia de cores e muito feliz. acordava sempre com alegria, e cantando, ia passeando entre as flores, sentindo o seu perfume maravilhoso da primavera. Ela morava num jardim de uma bela casa, onde flores de todos os tipos e de todas as cores eram cuidadas com todo o carinho. Até brilhavam de tanta beleza. o sol era seu amigo, aquecia suas asas, avivando suas cores. Lalita, suas amigas e primas, formavam um bando alegre que completavam a beleza daquele lugar. Certo dia Lalita resolveu ir mais longe e ultrapassou o muro alto, que rodeava a casa e voou alegre para mais longe, pela primeira vez.. Depois de um longo passeio, cansada, resolveu descansar antes de voltar para casa. Já anoitecia. Atraída pelo perfume das flores parou para dormir num lugar desconhecido e de perfume diferente. quando acordou pela manhã, levou o maior susto. tudo ao seu redor era azul de vários tons. por mais que olhasse ao seu redor, só via flores azuis e voando um pouco mais percebeu que aquele lugar era o jardim de uma imensa casa azul, e todos os que ali trabalhavam também se vestiam de azul. ficou triste imediatamente. parecia que o seu amigo sol, nem passava naquele lugar tão estranho de se ver. Ainda olhava para todos os lados, impressionada com o que via, que nem sentiu alguma coisa cair sobre ela, que na mesma hora desmaiou. Quando acordou, fazia parte de um grupo de borboletas coloridas como ela, guardadas dentro de uma caixa. O ar era pouco e algumas já nem se mexiam de tão fracas. -Onde estou? Onde estamos? O que estamos fazendo nesse lugar horrível? Perguntava Lalita sem parar, aflita por uma resposta. Alguém respondeu devagar, com muita dificuldade de respirar -Estamos presas a mando do dono desta mansão azul. O doutor Anil é um cientista maluco que resolveu mudar o mundo para a sua cor favorita, a cor azul. Ele não gosta de outras cores e nem quer que outras borboletas, abelhas ou outros insetos levem o pólen de flores de outras cores para o seu jardim. Têm sempre guardas e caçadores de insetos e borboletas vigiando o seu jardim, por isso fomos caçadas e seremos mandadas para outro cientista amigo dele, que faz outras experiências. - Isso é que não!!! Falou Lalita decidida, -Vamos fazer qualquer coisa para sair daqui, deste lugar horrível. não podemos deixar que isso aconteça, que nos mandem para outro cientista maluco. -Mas o que vamos fazer, o que podemos fazer? Somos tão fraquinhas... -Não, não somos fraquinhas, coisa nenhuma! vamos nos unir e seremos fortes. vamos fazer um plano para fugir. Todas juntas poderemos empurrar essa tampa só um pouquinho e sairemos uma atrás da outra. Nisso ouviram passos perto de onde estavam e começaram a tremer de medo. -Todas fiquem quietas e não façam nenhum barulho. Se façam de mortas mesmo que mexam na nossa caixa. Ainda conseguiu falar Lalita. Logo em seguida alguém levantou a tampa e jogou mais algumas borboletas em cima delas rapidamente e colocou a tampa de qualquer maneira sem reparar que não ficou muito bem fechada, o que foi a salvação para elas, que ajudando umas as outras, foram saindo rapidamente da caixa, voando para o teto onde esperaram o anoitecer. Algum tempo depois, uma de cada vez saiu pelo vão da janela e foram voando para bem longe daquele lugar cheio de tristeza. Todas seguiram Lalita e voaram para o outro lado do muro, para aquele lugar maravilhosos e colorido. Aquele jardim onde nasceu e que Lalita conhecia tão bem. Então todas voando de um lado para o outro, contaram tudo o que aconteceu para o Seu Gibi, o jardineiro que ouvia encantado aquela aventura perigosa que as suas borboletas tinham vivido. Lalita, a sua preferida, sempre pousava no seu ombro para lhe contar histórias, o que lhe dava muita alegria e o fazia cada vez mais feliz, naquele paraíso onde vivia.

A Estrela

Hoje vou postar mais uma das histórias infantis que escrevi na época do nascimento dos primeiros netos. Esta eu escrevi para a Bruna, hoje uma garota muito bonita (sou curujíssima assumida), mais alta do que eu, e só tem 14 anos!
Na foto ela e a tia Lili que recebeu este apelido dos sobrinhos até hoje por conta desta história.
Esta é mais uma das histórias infantis que escrevi na época do nascimento dos primeiros netos. Ésta eu escrevi para a Bruna, hoje uma garota muito bonita (sou curujíssima assumida) mais alta do que eu, e só tem 14 anos! A Estrela Bruna caminhava pela praia quando seu pezinho tocou em alguma coisa no chão, era uma pequena estrela do mar. Muito contente com seu achado, levou-a para casa e colocou-a sobre a cômoda do seu quarto. Sua mãe que entrou logo em seguida vendo a estrela do mar sobre o móvel, mandou que a jogasse fora. Com os olhos cheios de lágrimas Bruna voltou à praia muito triste e jogou no mar a sua linda estrela. -É tão linda a minha estrela... Falava Bruna toda tristinha caminhando pela areia. Sua avó que a tudo assistiu, chamou-a para perto e explicou: -Minha querida essa estrela é um animal do mar, mas como todo animal não deve ser retirado do lugar aonde vive. Pois ele sofre e acaba morrendo. O mar é o lugar dela, desse animal que chamamos de estrela que é um animal muito bonito, mas quando a retiramos do mar ela morre, e isso não é muito triste? Como a menina continuava de cabeça baixa chorando e até um pouquinho emburrada, a avó resolveu lhe contar uma historinha. Sabe Bruna, os pescadores contam para suas crianças, que as estrelas não são nascidas no mar, elas nascem lá no céu. E nas noites de lua cheia elas ficam se espelhando no mar porque são muito vaidosas e faceiras, só que são também muito distraídas e não percebem que começam a descer, e cada vez mais vão descendo e decendo e se aproximando do mar para se espelharem melhor. Umas até correm de um lado para o outro de tanta alegria, e nessa animação toda, elas acabam caindo e passam a morar no mar. Mas um dia vem a saudade, e elas querem voltar a morar lá no céu novamente e começam a correr no fundo do mar de um lado para o outro como faziam quando moravam no céu, querendo encontrar uma maneira de voltar, só que o céu é muito alto e elas não conseguem voar. Ai então, pedem para o mar levantar bem alto suas ondas para jogá-las de volta para o céu. E o mar vai tentando, tentando, até que um dia, num impulso mais forte, num empurrão maior, ele as joga bem para o alto e elas conseguem voar um pouco mais pertinho do céu; mas nem assim elas conseguem alcançar e logo adiante vão cair na areia. Então de cansaço e tristeza elas morrem. O corpo delas morre na praia, que foi o que aconteceu com a sua estrela, mas elas voltam para o céu na forma de alma de estrela e Deus dá a elas a forma de luz. Daí em diante elas permanecem lá para sempre como a gente vê. Uma luz bem brilhante, que pisca de alegria, porque é feliz. -Vovó a minha estrela voltou para o céu? Agora ela é uma luz em forma de estrela? -Sim minha querida. Ela agora é uma luz bem bonita e brilhante lá no céu. -Que bom Vovó, assim eu também fico feliz. As duas continuaram caminhando pela areia da praia e conversando alegres naquela tarde ensolarada. Alguns dias depois a avó entregou para a Bruna uma estrela feita de pano e toda enfeitada de pedrinhas brilhantes que a tia Lili tinha feito. Com esta, ela poderia brincar para sempre, e ficar no lugar da sua estrela do mar, sobre a cômoda para lembrar dela todos os dias. Bruna ficou muito feliz porque possuía uma estrela que brilhava e podia levar sempre junto com ela enquanto no céu a sua estrela piscava feliz. Fim

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Que vergonha

Acabei de assistir uma palestra interessantíssima sobre "a validade do sofrimento". Quando e como, o sofrimento por que passamos funcionará ou valerá como créditos na espiritualidade. Assim fiquei pensando cá com meu zíper, que as vezes, num assomo de infantilidade fazendo caras e bocas de auto comiseração, para que causemos "peninha" ao outro que nos observa. Falamos manso, nos fazendo de "boas pessoas" capazes de perdoar e de nos penalizar REALMENTE com a desdita dos nosssos semelhantes; esquecemos que para Deus e seus "ajudantes", que é o que realmente importa, somos totalmente transparentes.
Esquecemos que essas nossas criancices não os enternece mais do que o que sentimos, quando pegamos no "flagra" uma criancinha fingindo e fazendo chantagem para nos sensibilizar. Assim, imaginem que vergonha para nós, "marmanjos de barba", fazendo beicinho "perante" Deus, querendo passar por sofredores e coitadinhos, tomados da cabeça aos pés em enganos maupassos e desacertos, como se fôssemos muito bonzinhos... vá, vá, vá... Que vergonha!

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Mãe de alguns nenens

Mais uma singela homenagem à todas as mães, principalmente as que estão ainda no princípio de tão difícil tarefa...

domingo, 10 de maio de 2009

Bercides, minha mãe

Ésta foi minha mãe até 1995, hoje está na espiritualidade e com certeza, trabalhando em favor dos necessitados. Este foi o maior exemplo que passou aos seus filhos. Olhar e ajudar sempre que puder e ver o semelhante como irmão.
Desde criança, acompanhei-a visitando doentes, vi-a fazendo curativos imensos com cuidado e carinho, sem nunca demonstrar qualquer expressão de desconforto. Muitas vezes a vi acompanhando pessoas, e até virando noites, em suas horas de dor, enxugando lágrimas. Vivia orando pelos outros, solicitando por uma lista imensa de espíritos, alguns santos e principalmente a Jesús, José e Maria, para pedir por todos os doentes e necessitados cuja lista aumentava um pouco mais, todos os dias.
Belo exemplo de mulher para os filhos e para todos que tiveram a honra de conviver com ela.
Só se educa dando exemplos, e ela foi sempre exemplar...
Ehhhh... dona Bercides, que Deus a tenha!!!!

sábado, 9 de maio de 2009

Dia das Mães

Amanhã, segundo domingo de maio, como acontece todos os anos, comemora-se o DIA DAS MÃES. Sinceramente? Eu não gosto de ser homenageada, a "rainha do lar", e nem ser citada como "a minha doce e santa mãezinha". Fico constrangidíssima, pois reconheço que nunca cheguei aos pés dessa imagem perfeita que neste dia (só neste) apregoam em prosa e verso. Reconheço que dei menos beijos do que gostaria, menos abraços do que tive vontade de dar e atendi prontamente menos vezes do que fui solicitada. Tudo bem, que de acordo com meu filho Vinícius, quando peço desculpas por não ter sido a mãe que eles mereciam etc, etc... e ele me responde que , - " a senhora fez o que pôde e dava para fazer, e por conta disso estão todos vivos; e isso é que importa". Seja lá o que ele quer dizer exatamente com isso, é bom nem perguntar, mesmo sendo carinhoso me assusta um pouco. Minha avó Aida costumava dizer que haviam pessoas que tinham amor de mula, ou seja: vão dando trancos nas crias a torto e a direito até eles aprenderem o que precisam, assim mesmo" todos sobrevivem". Talvez eu esteja nesta qualificação. Não que eu os surrasse, ou os castigasse a torto e a direito, nada disso, apenas acho que não dei carinhos e beijos quando deveria...♥♥♥♥ Minha amiga Ana, boa e sabia amiga que já está "no lado de cima", também costumava dizer que "pé de galinha não mata pinto", e quem ja viu uma galinha com pintinhos novos de perto, sabe que ela passa literalmente sobre a cabeça dos pintinhos com aqueles dedos de pé enormes sem machucar, e eles se levantam e vão correndo atrás. Enfim, cada mãe é uma mãe e cada filho é um filho. Eu sou assim talvez, porque sempre tive consciência que os meus filhos não são minha propriedade. Eu os gerei, dei-lhes educação, passei ensinamentos e conceitos, passei religiosidade sem obrigá-los a frequêntar o Espiritismo, doutrina que frequento desde que me dou por gente, e me orgulho muito deles, mas reconheço e respeito suas personalidades e peculiaridades. Realmente se não fiz melhor é porque filho não vem com bula e nem manual...Mas é muito bom tê-los e vê-los crescer e viver suas vidas. Isso me enche o peito de orgulho, por eles serem quem são. Pessoas maravilhosas. Minha mãe se vivesse ainda na terra, estaria com cem anos.♥ Pessoa que me deu tudo o que precisei recheados de belos exemplos de amor ao próximo. Ensinamento principal: "Não faças aos outros o que não queres que te façam". Nem precisava ensinar mais nada... Enfim, FELIZ DIA DAS MÃES para todas as que são mães nesta encarnação, e para as que não são, pois com certeza, já o foram em outras vidas.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Agradecer o dia

Recebo de vez em quando mensagens, e até ouço no rádio, como ainda hoje, pessoas dizerem: AGRADEÇAM TODAS AS MANHÃS PELA VIDA QUE DEUS NOS CONCEDEU, OU CONCEDE. Pois eu acho que devemos agradecer é quando vamos dormir; já que VENCEMOS MAIS UM DIA. Conseguimos chegar ao fim do dia e ainda superarmos tudo o que nos aconteceu para o nosso aprendizado e evolução espiritual. Durante aquele dia inteiro, desde o levantar, conseguimos ultrapassar obstáculos, suportar algum desafeto, aguentar respostas mal humoradas de pessoas da nossa intimidade, ou não, passamos por dores diversas, contrariedades no trânsito ou no trabalho, aborrecimentos e contrariedades de toda ordem e quando vamos dormir de tão exaustos, muitas vezes dormimos sem perceber, e quando acordamos já é o dia seguinte, ou seja; nem oramos, pelo menos se o fizemos, com certeza; não o fizemos com fé e reflexão e agradecimento pelo dia que vivemos, pelas barreiras que conseguimos ultrapassar com a ajuda dos nossos anjos. Daí que não precisamos orar e agradecer exatamente na hora de ir para a cama, talvez uma hora antes mais ou menos, já seja suficiente para nos recolhermos à nossa intimidade, dando por terminado mais um dia de trabalho na tarefa do aprendizado, porque neste horário ainda temos lucidez mental (?!) para orarmos sem automatismo e estaremos mais conectados com Deus e a espiritualidade superior. Muita paz em seu corações e que Jesus seja presente em sua vida sempre, e em todas as horas do dia.♥

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Homens de chapéu

Homem de chapéu. Não aprecio chapéu na cabeça de homem, boné ainda vai, mas chapéu, com certeza não!!! Nunca gostei de homem com chapéu e nessa madrugada, acordei com esta lembrança tola. Muito bom para começar o dia e a semana, nénão? Pois é e daí que fui lembrando várias imagens de pessoas que conheci ao longo da vida usando chapéu, desde meu avó materno de chapéu bege que pouco convivi, era muito pequena quando se foi, até meu pai de chapéu cinza escuro (acho) durante as minhas primeiras lembranças (aff, vai longe isso), alguns vizinhos e conhecidos, até que a moda caiu de vez; graçasadeus!
Mas sinceramente, o único que escapa de chapéu é o Zorro, com lenço por baixo para esconder o ondulado cabelo e tudo, é claro que estou falando do Antônio Banderas, mas mesmo assim...Ainda prefiro apreciá-lo sem chapéu. Na verdade acordei antes das seis, talvez umas cinco e meia e me lembrei dos últimos dias de convivência com meu marido, para quem não o conheceu: Gilberto. Homem alto, porte atlético postura firme, que vi ser detonado, implodido pelo cancer em seis dolorosos meses do último semestre de 2003 e que nos últimos dez dias de vida, ao sair da última sessão de quimioterapia, enfiou na cabeça literalmente, um horroroso chapéu de feltro preto, mistura de rabino velho ou velho rabino com um antigo vizinho que conheci na infância, pessoa boa mas sem viço, que morreu depois dele ainda, com quase cem anos.
A pele azulada de tão branca, castigada pela "quimio", fazia destacar ainda mais aquele chapéu horrível. Talvez até quisesse se esconder do mundo e de si mesmo com aquilo na cabeça, não sei, mas o fato é que siceramente, aquele chapéu acabou de desestabilizar o pouco de estrutura emocional que me restava naqueles tristes dias de primavera fria. Quase em lágrimas ainda tirei a última foto dele, fazendo a careta de costume, com aquele chapéu infame (a máquina estava a mão e eu quis descontraí-lo fotografando-o de chapéu novo) que lhe cobria os primeiros cabelos ralos que teimavam em renascer, talvez num último grito de regeneração, numa tentativa de sobrevida naquele corpo que se despedia tristemente antes dos setenta anos. Foi marcante. É por isso que nunca gostei e continuo não gostando de chapéu... se bem que no Banderas ainda passa... Boa semana sem chapéu, para você que me lê ♥