sábado, 9 de maio de 2015

Dia das Mães ou dos Filhos?


                                         Dia das Mães ou dos Filhos?
Quem me conhece sabe que não gosto de ser homenageada no dia das mães, apesar de achar uma data muito emocionante, pois voltam as lembranças do tempo em que éramos só filhos, em relação a mim me sinto constrangida.
Me sinto assim, por sentir que tudo o que fazemos para nossos filhos é espontâneo, não pensamos e nem treinamos para demonstrar esse sentimento.  
A partir do momento em que nos tornamos mãe tudo muda e tudo se torna diferente, nossos valores e nossos objetivos sempre priorizarão os nossos  filhos até o fim de nossa vida.  Este sentimento é único e inexplicável. E justamente por este motivo que não me sinto à vontade para ser homenageada por agir da forma mais sincera e natural, mais honesta e mais completa diante de um ser que saiu das minhas entranhas.
Por que me agradecer por amá-lo se este sentimento é o que há de mais verdadeiro em mim, tão natural e espontâneo? Não tenho que me esforçar e nem fazer de conta, ele é sempre o mais puro que há em mim? O amor que tenho pelos meus filhos é a única coisa que realmente vale a vida, porque vale viver, sem este sentimento nem sei quem sou de verdade. Ele é quase eu inteira.
 Para alguém que não é ou nunca foi Mãe, não quer dizer que não venha a conhecer este sentimento. Há muitas formas de amor e de amar.
Apenas não vejo o porquê da homenagem, do agradecimento à minha pessoa.
É como pedir a uma flor que não exale seu perfume, se ele faz parte dela!? 
Alguém pode alegar que existem mães e mães, mas eu não estou falando das exceções, estou falando daquelas que são homenageadas porque tiveram filhos e alguém escolheu um dia para isso.
Assim, quero fazer diferente hoje. Quero homenagear os meus amados filhos. Todos os quatro que tive. Bebes lindos e fofos, crianças espertas e saudáveis e pessoas maravilhosas, adultos exemplares e excelentes filhos.
Todos só me deram alegrias e hoje venho agradecer cada segundo que estiveram e estão presentes, longe ou perto em minha vida.
Tenho certeza que me torno a cada dia uma pessoa melhor por conta de tê-los tido.  Cometi muitos enganos com vocês, mas foi por conta da inexperiência e imaturidade.
Além de uma mãe muito jovem vocês não vieram com manual e instruções. Assim, tive que ir agindo, fazendo acertando e errando mais na intuição e na raça. Tive que aprender a cuidar de uma casa, cozinhar, costurar e mais mil coisas enquanto vocês nasciam e cresciam ao meu redor.
Tive que dizer muitos nãos com o coração partido porque naquele momento era o que eu pensava ser o melhor, mas também permiti algumas outras na certeza que vocês já sabiam como se comportar e agir e me orgulhei muito disso.
Acompanhei cada acerto e cada vitória de vocês com o peito inflado de orgulho, os olhos transbordando em lágrimas querendo gritar para todo mundo; “eu sou a mãe!”
Mas a vida também pegou pesado algumas vezes e por último me levou um de vocês para Deus. Isto eu posso garantir que nunca estive preparada e jamais imaginei que teria que passar. Mas estou aqui, pois os outros três também me ajudam a ir vivendo, mesmo sem querer. Ainda me fazem sorrir e me orgulhar e me emocionar. Dão-me muito carinho e me fazem sorrir.

Alguns me deram netos que também são meu orgulho e assim vou vivendo de lembranças e de acontecimentos diários que ainda fazem a vida valer muito à pena.

Para encerrar só posso pedir a bênção à minha Mãe Bercides que me deu os exemplos de maternidade onde estiver.

Um comentário:

  1. Marcelo Sguassábia27 de maio de 2015 às 04:46

    Pois que então seja a seu modo: feliz dia dos filhos, Clotilde!

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