domingo, 22 de fevereiro de 2015

O Ano da Cabra

                                                  O Ano da cabra.
De acordo com o horóscopo Chinês hoje entramos no ano da Cabra.
Não sei o que significa, ou melhor, significa o de sempre, o que todos os horóscopos dizem na sua maioria, tanto os orientais como os ocidentais, afinal o sol e a lua que brilham aqui são os mesmos que brilham do outro lado, só trocam os bichos.
Talvez simpatizem mais com a cabra por exemplo, do que com o Caranguejo, o seu equivalente no outro horóscopo.
E só a título de informação, o meu signo no horóscopo chines é o Cão, só não sei se é o famoso "cão chupando manga".
Porém vejamos como se comporta uma cabra aqui ou na China? Sei lá, mas imagino que se comporte da mesma maneira, apenas a de lá entende chinês, o que já é uma vantagem em termos modernos, saber falar Mandarim é um diferencial.
Eu sei por exemplo que cabra rumina tudo, aliais existe um termo para chamar alguém que come muito e tudo que cai na frente vai pro papo, que é  o “boca de cabra”. Justamente porque cabra come absolutamente tudo que der bobeira perto dela, tipo, documentos, lista telefônica, vaso de plantas, entrada de cinema, receita de óculos, camiseta velha e sei lá mais o que.
Andei lendo sobre o signo e não cheguei a nenhuma conclusão, ora a cabra é, ora não é. Ora é batalhadora, ora deixa tudo por conta e para depois, ora ela tem dons artísticos ora é empreendedora, depende do ano em que a cabra (pessoa de cabra) nasce, se é no ano do Boi, ano do cavalo e assim sendo melhor não opinar, vai que a cabra fique injuriada com meus comentários, não gosta e ela tem chifres!!!
Deduzi, só em escrever essas bobagens, que não gostaria de ser cabra, eu falo daquelas, tipo bicho mesmo, de couro macio, rabinho nervoso e em pé, que sobe em tudo e que comem o tempo todo. Aliais ser cabra deve dar uma dor desgraçada no maxilar, pois eu nem consigo chupar cana, sabe aquelas que a gente mordia até secar, quando era criança? Pois hoje nem pensar, uma coisa meio elástica e ruminante, tipo canjica, já me cansa. Aff.
A gente vai ficando perto da data de validade e não gosta mais de nada, essa é que é a verdade. O que há de mal em ser uma cabra? Bééééé, bééééé, béééé´


domingo, 15 de fevereiro de 2015

Batman e Mulher-Gato


                                             Batman e Mulher-Gato
                                          Uma variação sobre um mesmo tema.
Wanderley ou Delei, como era chamado entre os íntimos era “da pá virada” desde criança. 
Arteiro, levado até as últimas consequências e como adulto totalmente infiel. Enganava a mulher sempre que a oportunidade aparecia, e quando não aparecia ele criava. O que ele não suportava era a rotina, um dia igual ao outro, daí o comportamento sedutor por natureza e muitas vezes insano. Por sua vez sua mulher também não se deixava arrastar em sofrimentos e tristezas e bonita como era também dava seus pulos. 
E assim, ele tão ocupado com as suas traições, imaginava a sua mulher caseira e dedicada, fiel e muito religiosa que lhe era, muito sincera, pois  estava sempre no lar aguardando sua volta e perdoando suas escorregadelas.
Daí que o cara fez uma página no Facebook com o nome de Wandy, mas com um perfil totalmente a favor das suas qualidades, acrescentando sonhos como realidades que gostaria que fossem verdades, como proprietário de muitos bens, dono de coberturas, uma fazenda de gado, um iate, além de vários carros. E ali arregimentou rapidamente um monte de fãs seguidoras. Postava mensagens e palavras de conforto para aquelas que estavam solitárias, chorosas, e muitas vezes conversava “in box” mantendo relações sigilosas e na maioria trocando palavras e declarações inconfessáveis com mulheres comprometidas também.  E para manter o mistério, fez uma foto onde se via o seu rosto só parcialmente escurecido de maneira a não ser identificado pelas ruas, aumentando assim o mistério sobre a sua pessoa.
Resumindo; no FB ele era a encarnação do personagem da música do Roberto Carlos: “Esse cara sou Eu”. Afinal ele preenchia todos os requisitos que uma mulher anseia para seu príncipe, só que não.
Ai chegou o carnaval e ele não poderia deixar de aproveitar todos os dias de folia e para melhor se divertir viajou para uma cidade onde o Carnaval era famoso por suas mulheres bonitas e sedutoras e se mandou. Sua mulher que já conhecia a “peça” que tinha em casa nem se abalou, mas se ele pensava que ela ia ficar em casa, enganou-se redondamente e também fez as malas e se mandou da cidade.
Ele para aproveitar o máximo a folga, havia marcando encontros com várias mulheres seguidoras do FB no carnaval e naquela cidade para a qual viajou. 
Lá chegando,  já meio “alto” com as bebidas que tomou pelo caminho, foi ao primeiro encontro marcado com uma das mulheres, que por sinal também era casada e no FB aparecia com o rosto parcialmente coberto por uma máscara cheia de plumas. Combinaram de se encontrar num reduto conhecido na cidade como o Point da Folia, fantasiados de Batman e Mulher-Gato. E lá foi ele todo animado ao encontro, antevendo os momentos intensos que passaria com a linda mulher, se sentindo o próprio herói.
Chegou no Point, tomou mais algumas e la pelas tantas ele vê aquele mulherão de longe, que correspondia as fotos do FB, vestida como o combinado e foi ao seu encontro.
Quando se aproximou e ela voltou-se para ele, viu que não era outra senão a sua própria mulher.  Ficaram ambos se olhando fixamente e quando caiu a ficha, voaram aos tapas um no outro, tendo que ser afastados pela turma do “deixa-disso”,  mas a polícia já havia sido acionada e logo chegou. Assim foram recolhidos a delegacia de costumes.
Quarta-feira de cinzas se encontraram em casa como se nada tivesse acontecido.
Cara de pau, esses dois.

Pois é, coisas do Carnaval...

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Maricha a Lagartixa no Carnaval da Bahia

                                Maricha a Lagartixa, no carnaval da Bahia.
               Maricha a lagartixa, era muito vaidosa. Naquele dia de verão e muito calor, ela foi ao salão de beleza fazer as unhas e uma limpeza de pele antes de ir para o shopping fazer umas comprinhas básicas. Lá no salão de beleza ela encontrou duas amigas do tempo da escola e ficaram muito felizes de se encontrarem. Juntas saíram dali e se dirigiram para o shopping e por lá ficaram algum tempo escolhendo roupas e acessórios até que resolveram sentar para tomar um sorvete e relembrar os bons tempos em que estudaram juntas.
Uma delas era a baratinha Martinha, aquela que vive na janela e tem dinheiro na caixinha e que continua querendo casar. A outra era a cigarra Gina Jane, a cantora. As três não paravam de falar e dar risadas. Maricha estava cheia de alegria e entusiasmo, pois pretendia passar o carnaval na Bahia, sonho de muitos anos.
             - Ah, estou ansiosa que chegue o dia da viagem, fazer as malas, pegar o avião e aterrisar na Bahia. Vou chegar lá e vou correndo comprar a minha fantasia e entrar na folia. Sabiam que lá chamam a fantasia de abadá? É um nome africano, e tem lugares que chamam a fantasia de "mortalha", pois é; acho que é para dizer que estão matando e enterrando a tristeza.
              -Também não vejo a hora de viajar para o Maranhão onde vou passar o carnaval, será que lá eu arranjo um amor para casar? Já estou cansada de ficar na janela e já tenho bastante dinheiro na caixinha.
Falou toda dengosa e romântica, a baratinha Martinha.
              -Pois eu como vivo viajando para dar shows o ano todo neste carnaval vou para a fazenda do meu empresário meditar junto à natureza.
Falou a cigarra Gina Jane, que era muito sofisticada e gostava sempre de ser diferente.
              Um tempo depois as três amigas saíram do shopping carregando as sacolas, com sapatos, sandálias, tamancos, bolsas, maquiagem, biquínis, roupas de todo o tipo etc, que compraram para viajarem.
Maricha não abria mão de um salto bem alto e a roupa bem justa. A Gina Jane usava uma peruca loura e ondulada que caía pelas costas. Já a Martinha usava uma peruca escura de franjinha e a saia bem curtinha. Cada uma mais vaidosa do que a outra.
              Até que finalmente chegou o dia tão esperado da viagem; Maricha pegou o avião para a Bahia, a baratinha Martinha foi de avião para o Maranhão e a cigarra Gina Jane foi meditar na fazenda do seu empresário em Minas Gerais, como tinha dito.
E lá foram elas, se divertirem cada uma para um lado; e como o tempo passa correndo quando se está de férias, ainda mais passeando, o tempo delas também passou ligeiro e as férias acabaram.

A Martinha voltou do Maranhão toda bronzeada, conheceu lá na praia um "baratão" da Marinha que também estava lá passando férias. O namoro foi tão sério que ele prometeu voltar para casar-se com ela...
Gina Jane aproveitou para compor belas canções no silêncio das noites da fazenda em Minas Gerais e trouxe um belo repertório para o seu novo CD que prometeu gravar "ao vivo".
E a Maricha, a lagartixa?
Bem, com ela aconteceu o seguinte:
Logo que a Maricha desceu do avião, lá no aeroporto da Bahia, ela avistou um Iguana bonitão que circulava pelo aeroporto àquela hora. Com o seu olhar penetrante o Iguana não deixou de notar a bela passageira que acabava de desembarcar com toda a elegância e desenvoltura em cima de saltos altíssimos, vestindo uma curta saia vermelha, chapéu de palhinha e óculos escuros. Maricha também percebeu a presença do Iguana e principalmente que ele não tirava os olhos de cima dela e tremeu inteira de emoção. Torceu o pé levemente, mas não perdeu a elegância, saindo rapidamente do aeroporto. A caminho, falou para o motorista do táxi seguir para um hotel no Pelourinho, onde tudo acontece naquela cidade. Chegando lá, largou as malas e logo saiu para comprar a fantasia, o "abadá" para dançar. Era sábado de carnaval, as ruas ferviam de pessoas dançando e pulando, muitos turistas como ela, entre blocos coloridos e cheios de animação. Ela escolheu uma fantasia com bastante cor amarela, preto e vermelho e voltou ao hotel para tomar um banho. Vestiu um shortinho curto e o "abadá" por cima de um bustiê azul. Calçou os tamancos e saiu à rua caindo na folia, no meio da multidão alegre que passava na porta do hotel seguindo um trio elétrico.
Dançou a noite toda e no dia seguinte estava lá outra vez toda animada. E assim foram todos os dias daquela semana e cada dia era maior o número de foliões.
No último dia, antes de voltar para o hotel aconteceu o inesperado, o impensável para falar a verdade. Bem ali na sua direção um pouco mais adiante, no meio da multidão que pulava sem parar, ela viu outra vez, quem? Sim, o Iguana bonitão. E Maricha novamente estremeceu de emoção dos pés à cabeça, e no mesmo momento ele a viu também. E por um instante mágico eles pararam ou pelo menos tentaram parar aquele mar de gente que dançava alegremente entre eles.
Olhando um no olho do outro apesar da multidão colorida que os separava e não parava de pular, eles queriam se aproximar e tentavam de toda maneira inteiramente atraídos um pelo outro, mas estava difícil, quase impossível. E foi aí que a coisa se complicou; Naquele empurra-empurra, Maricha começou a sentir que pisoteavam o seu rabo e cada vez mais, ele foi ficando amassado e ela foi ficando cada vez mais desesperada querendo sair dali. Então ela começou a gritar cada vez mais alto:
                - Ai, ui, ai, uiiiiiiiiii, aiiiiiiiiiiiiiii....
E os que conseguiam ouvir os seus gritos pensavam que era uma nova modalidade de dança de carnaval e começavam a imitá-la, deixando-a mais apavorada, até que ela sentiu que o seu rabo partiu de vez.
Muito triste, ela voltou para o hotel com os tamancos na mão, toda despenteada e desalentada.
Quando ia chegando perto, foi segura pelo braço com firmeza e com cuidado por alguém que lhe falou com voz grave bem junto a seus cabelos:
                - Espere, deixe eu lhe ajudar, por favor...
Falou ao seu lado o Iguana bonitão, todo simpático parecendo um galã de novela.
Envergonhada e chorando muito por ter perdido a ponta do rabo no meio da multidão, ela nem tinha coragem de olhar para ele.
                   - Não fica triste não, até o final do ano  o seu rabo cresce outra vez e no próximo carnaval você estará nova em folha. Deixe me apresentar: eu me chamo Igor, muito prazer e você?
                  - O prazer é todo meu... Eu, eu me chamo Maricha...
Falou sorrindo timidamente entre lágrimas...
E foi assim que Maricha, a lagartixa, perdeu a ponta do rabo no carnaval da Bahia e encontrou o grande amor da sua vida.♥

          



domingo, 1 de fevereiro de 2015

Diversidade

                                                     Diversidade
Pensando...Pensando... Dando Tratos à Bola...
Eu aprendi que nada acontece por acaso, que pessoas passam pela nossa vida por um motivo e geralmente um grande motivo. Que tudo que nos acontece é um aprendizado, tudo serve de lição, e que “... de tudo dai Graças, porque tudo concorre para o Bem” palavras de Paulo de Tarso. 
Que algumas situações quando ficam incompletas no começo de nossa existência, podem voltar a acontecer para que o ciclo seja fechado e completado de vez.
Pois pensando nisso fiquei avaliando no tanto de pessoas que cruzam nosso caminho,  durante a nossa infância, na nossa juventude, na maturidade e pelo restante vão atravessando o nosso caminho um mundo de gente. Alguns rapidamente, apenas por um breve momento, algumas horas ou semanas; outros por parte da vida e outros ainda por uma vida inteira.
Alguns te contam a vida toda numa fila qualquer, ou numa viagem de ônibus até outro lado da cidade ou nos lugares mais inusitados. Desnudam a alma ali na nossa frente, alguns até se expondo sem pudores, suas dores e alegrias, suas feridas e seus amores.
Porém outros, ainda convivem ao nosso lado por uma vida e se formos ver não o conhecemos, não sabemos o que se passa na sua mente e nas suas vontades. Tanto que quando algum crime bárbaro acontece o comentário quase unânime é que “jamais imaginariam que aquela pessoa fosse fazer uma coisa dessas, que nunca perceberam nenhum comportamento estranho”.
Gostamos de comidas, cheiros, cores e maneiras de vestir e se arrumar totalmente diferenciados. É interessante observar isso.
A mesma situação é recebida por uns de uma forma e por outros de outra forma. Uns amam escancaradamente e intensamente mil pessoas durante uma vida, já outros não se expõem, cultivam sentimentos escondidos e reprimidos sem cor e sem brilho.
E tudo porque somos totalmente diferentes uns dos outros, na cor, na dor, na alegria, na tristeza e na forma de ser, de agir e de pensar. Somos únicos.
Meu pai costumava dizer que, ou Deus era muito criativo e nunca repetia as suas criações ou não sabia fazer dois iguais.
Era apenas uma irreverência dele, claro. ;)