segunda-feira, 30 de julho de 2012

Bruxarias


                                                           Bruxarias
Fim do expediente e os dois amigos saíram do estacionamento do prédio do escritório rapidamente e rumaram para fora da cidade.
Haviam combinado de visitar uma mulher com dons mágicos, na verdade uma bruxa dos dias de hoje que manipula sortilégios e várias habilidades do ramo do sobrenatural. Daquelas que propagam seus dons em papeis colados no poste, garantindo que vai trazer de volta seu amado (a) ou seu dinheiro de volta, tipo assim.
-Cara,  eu estou nervoso pra caramba, e o pior é se não adiantar nada...
-Deixe de ser baixo astral, já te falei que a mulher é coisa fina, o Edivaldo me garantiu, volta e meia ele vai lá fazer uma consultinha para acertar uns emaranhados da vida e no seu caso vai ser mole, falta de amor é a especialidade dela.
- Pois é...
-Fica frio, vai dar tudo certo e você vai me agradecer de joelhos.
- hummm.
Orildo fez uma cara de “sei lá” e calou-se, com a timidez que lhe era peculiar
Pouco depois chegaram no alto do morro e uma lua imensa e amarelada já mostrava uma parte por detrás das arvores.
Logo que chegaram, desceram bem na frente de uma humilde casa de madeira tendo ao lado umas pedras bem altas e claras, que à luz do luar serviam de pano de fundo para as sombras das árvores naquele momento um tanto fantasmagóricas, causando no Orildo um pouco mais de aflição.
- Boa noite senhora, eu falei pelo celular agora a pouco com a senhora, é dona Creusa, não é?
- Sim sou eu, e o moço é o seu Ramiro?
-Sim eu sou o Ramiro e este é o meu amigo Orildo. Já lhe expliquei o problema dele não?
-Sim, me lembro... Venham aqui...
E os levou mais para os fundos do pequeno quintal entre as pedras e onde já haviam no chão duas pedras menores acomodadas de maneira a montar uma fogueira que ainda estava extinta, mas que a mulher chamada Creusa reacendeu.
Mandou-os sentar num banco tosco e voltou para dentro da casa.
- Ramiro,  eu estou com medo, vamos embora, não gosto de bruxarias, não quero me meter nisso.
- Agora não dá mais, fica frio que não vai demorar.
Nisso voltou dona Creusa lá de dentro toda vestida de vermelho, numa saia rodada e turbante de seda na cabeça e pediu, por favor, que eles pagassem a consulta antecipada, porque depois que ela iniciasse o trabalho não colocaria mais a mão no dinheiro e o Ramiro metendo a mão no bolso lhe entregou R$300,00.
Quando Orildo viu aquilo quase deu um soco no amigo. Onde já se viu jogar dinheiro fora daquela maneira em tempos tão difíceis? Olhou espantado para o Ramiro que desviou o olhar e só lhe falou baixinho:
- É por uma boa causa.
A mulher abriu uma garrafa de vinho, colocou dentro de uma cuia negra e juntou algumas ervas, e em seguida deu para os dois beberem um pouco enquanto dançava ao redor da fogueira cantarolando uma música desconhecida para eles.
Talvez pela qualidade do vinho e a mistura das ervas o vinho lhes causou um arrepio que percorreu a espinha e deu um tranco na cabeça deixando-os meios tontos.
Neste momento Ramiro também se arrependeu de ter ido naquele lugar.
E a mulher continuou dançando e em transe falava de forma estranha e inteligível, rodou mais um pouco parou diante do Orildo, colocando a mão no ombro dele e falando palavras estranhas, de repente deu um grito e arrancou a peruca de sua cabeça como se fosse um bicho peçonhento e num gesto dramático a jogou no fogo provocando nele um grito mais alto e desesperado ainda.
Em seguida voltou para dentro de casa deixando os dois com cara de abestados olhando um para o outro.
- Rapaz! O que foi isso?
-Você me trouxe aqui para isso? E ainda teve a coragem de pagar R$300,00? Você é mais maluco do que eu pensava e ainda fiquei sem a minha peruca de cabelo natural.

Sem ter o que comentar Ramiro saiu de lá, entrou no carro e foi só Orildo fechar a porta ele arrancou cantando pneu daquele lugar esquisito e ermo.

Dias depois Orildo parou o carro no semáforo e olhou para o lado e deparou-se com uma gata dando-lhe a maior bola. Olhou-se no retrovisor e pela primeira vez apreciou a careca antes de voltar a olhar a garota e fazer sinal para pararem logo adiante para conversar.

O “problema” do Orildo era a falta de cabelo que ele achava que o impedia de arrumar namorada...

A bruxa estava certa, o “problema” era a peruca.


quinta-feira, 26 de julho de 2012

É um assalto!


                                                  É um assalto!
Tudo começou naquela manhã de verão em que Deoclécio acordou antes do despertador.
Levantou-se como de costume, se arrumou e desceu para tomar o café da manhã no salão da pensão onde morava. Logo em seguida saiu à rua. Enquanto andava distraído ia pensando na vida. –O que fazer a esta hora?-
Olhou o enorme relógio de pulso em seu braço e viu que eram apenas seis horas. Deduziu que acordou muito cedo, cedo demais. Havia perdido o sono com esse calor que andava fazendo há dias e que o fez rolar na cama a noite toda cheio de inquietação.
Foi andando vagarosamente até a esquina, depois atravessou a rua larga e foi até a banca de jornal e revistas. Passou os olhos pelas manchetes dos jornais e nada de novo... Só o assunto de sempre; futebol, política e assaltos para todo lado. Muita violência.
Um calafrio percorreu suas costas causando um estremecimento no corpo todo. Andava com medo, nunca foi medroso, mas em vista das circunstâncias andava com muito medo, medo de ser assaltado. Quando viera para a cidade grande trabalhar a família havia lhe falado dos perigos que a cidade escondia, mas dava para ver que a coisa era bem pior.
De vez em quando se pegava pensando e se fosse assaltado? E ficava imaginando como seria, o que ele sentiria, qual seria a reação de todos...
Na verdade ele tinha um real motivo para se preocupar. Ele trabalhava com dinheiro, muito dinheiro, num posto de vendas de passe de ônibus e por ali circulava todo o tipo de gente e um pessoal muito mal encarado. Volta e meia comentava com os seus colegas de trabalho sobre o perigo que corriam de serem assaltados e eles riam da minha quase ingenuidade. E ainda lembravam que havia câmeras e que até os bandidos conseguirem dominar o ambiente a polícia chegaria e tudo bem.
Até que um dia o gerente responsável pelo setor o ouviu e o chamou até a sua sala e o levou até perto de sua mesa de trabalho.
 - Deoclécio: não sei o que deu em você, parece que nem é um homem de fé, onde foi para a sua autoconfiança?
Disse isso enquanto colocava a mão sobre uma bíblia de capa preta e letras douradas, tamanho grande, que pairava fechada sobre a mesa, olhou-o nos olhos e falou:
- “Aquele que crê em mim, viverá”.
Deu mais um tapinha nas costas e o mandou trabalhar.
Passaram se alguns dias e ainda encafifado com a coisa resolveu bolar um plano. Chegou em casa tomou de um dos oito cadernos empilhados numa prateleira e começou a escrever o que parecia ser um diário onde anotava suas dores e alegrias e ultimamente sua principal preocupação; os assaltos. Bolou um plano e o descreveu passo a passo no caderno, voltando a coloca-lo na prateleira perto da cama.
A primeira parte do plano era ligar para a empresa avisando que estava doente e não iria trabalhar. Deitou-se na cama e começou a repassar o plano mentalmente. La pelas dezesseis horas, vestiu-se todo de preto, levando uma meia de mulher cortada ao meio para fazer uma máscara. E finalmente uma réplica perfeita de uma arma de brinquedo que colocou numa mochila e saiu.
Afinal tudo o que ele queria era provar para o chefe e os colegas o perigo que corriam de serem assaltados.
Caminhava pela rua com um sorriso no rosto pálido e franzino enquanto pensava na cara do chefe assustado, os colegas gritando e se jogando no chão, ia ser muito engraçado. Depois ele retiraria a meia da cara e se revelaria aos colegas mostrando como tudo não passava de um farsa para mostrar como corriam risco.
Assim que entrou, sacou da arma e a colocou na cabeça de um colega o encaminhando para a sala do gerente onde estava o cofre e falou com voz esganiçada:
-É um assalto!
Então como num relâmpago viu o gerente pular em direção à mesa, abrir a Bíblia e sacar de dentro um revolver em seguida atirar sem que tivesse tempo de pensar em qualquer coisa.
Enquanto caía com uma bala no peito lembrava o que o gerente havia dito;
“Aquele que crê em mim, viverá”.
O que ele não imaginava é que o gerente tinha fé era na arma que guardava escondida dentro da bíblia.

quarta-feira, 25 de julho de 2012

O que é ser herói?

                                                     O que é ser herói?
Mexendo em papeis guardados me deparo com alguns recortes de jornais antigos e entre eles um pedaço me chamou a atenção onde estava escrito: “Concurso literário de crônicas”, cujo  título era “A Jornada do Herói”.
Achei interessante e fiquei tentada a escrever sobre o assunto.
Passo e repasso minha vida para ver se em algum momento fui heroína. Lembro-me de muitas situações em que até a “Mulher Maravilha”, minha “ídala”, iria precisar de quatro mãos para se safar, mas me sai bem, sã e salva. Seria isso um ato heróico, um heroísmo da minha parte? Não! Tenho certeza que não.
Então fico pensando se não seria falta de humildade, de modéstia e um tanto de vaidade alguém sair por ai contando seus feitos, se intitular de herói?
Continuo pensando... A cabeça não para... O que é um herói afinal? Tirando os bombeiros, é claro! Estou falando de pessoas comuns, anônimas.
Será aquele que sobe a montanha mais alta do mundo ou faz uma travessia pelo deserto, ou ainda aquele que atravessa as geleiras mais intensas? Ou talvez faça um safari dos mais arriscados enfrentando feras? E aqueles que descem às profundezas  do mar para dar de comer aos tubarões, passar a mão em seu dorso... sei lá...
Continuo pensando... O que é um herói de verdade?
Pedro Bial chama os BBOBOS de heróis...

Acho que ser herói é sobreviver cada dia as suas vinte e quatro horas, vencendo a tentação de mandar o mundo parar para descer.
É chegar à noite e ir dormir com a consciência tranquila do dever cumprido seja lá o que for que isso signifique na vida de cada um.

sábado, 21 de julho de 2012

Recapeando a Bocaiúva.

Hoje passamos uma noite por demais interessante.
Trabalhadores conseguiram fazer a parte maior de recapeamento asfáltico da nossa rua, em frente ao prédio em que moramos trabalhando a noite inteira.
A barulheira foi infernal, mas por uma boa causa. O bip bip da ré do caminhão que ia e vinha o tempo todo aborreceu um pouco mais, além do cheiro forte de asfalto quente que subia mesmo com as janelas fechadas.

Felizmente o quarto de dormir fica para a parte de trás e pudemos mergulhar nos braços do Morfeu sem barulho quase.
Finalmente de manhã estava quase pronta a frente do prédio. Mas ainda havia máquinas e caminhões e muito barulho pela quadra toda.
Depois do meio dia já estavam na quadra seguinte. Uffa!
Com o frio que está estacionado por aqui, toda novidade é bem vinda, até o recapeamento da rua em frente á nossa morada.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

A primavera demora muito a chegar?

O Haroldo pensa como eu.

Descubro com tristeza que o frio congelou meu cérebro,
causou um curto nos neurônios e por conta disso não consigo escrever.
Tenho preguiça de sair de casa, de ler com atenção, só passo os olhos nas manchetes ou pulo linhas e parágrafos, um horror.
Estou com preguiça de escrever qualquer coisa, seja sério ou brincadeira.
Quero só saber de me enrolar num cobertor e esperar a primavera com seu sol quentinho.
Deixei de fazer hidroginástica esta semana, não pelo exercício em sí, mas pela saída da piscina aquecida e o percurso até o chuveiro com a preocupação de pegar nova recaída dessa gripe que já me apoquentou por 50 dias. SC tem o maior índice de doentes contaminados com a gripe H1N1, também conhecida como gripe A. Tomei a maledeta vacina, mas não sei o que foi aquela reação que me deu, se foi só uma reação ou se realmente tive a gripe A.
Caminar nem me passa pela cabeça andar pela rua numa friagem dessas.
Dai que é melhor me cuidar.
Com esse frio fica difícil não pensar em comer, tomar chocolate quente, bolos e sanduiches café com leite ou chá de gengibre e canela.
A coisa está feia e o desânimo ataca devagar mesmo por baixo de quilos de roupas grossas.
Credo!!! Quando é que esse inverno vai se escafeder daqui dessas bandas?
O Haroldo pensa como eu, só sairá das cobertas para a varanda na alta primavera.☼

quinta-feira, 19 de julho de 2012

Nina ou Rita

                                                   Nina/Rita.
Falam-se todos os dias e por toda a parte sobre a novela do “lixão” e das personagens Nina/Rita e Carminha. É muito ódio de ambas as partes, de Nina e de Carminha. Se fosse uma história espirita já mostraria “dividas do passado” com certeza.
Pois olhe; eu penso que Nina deve morrer no final da trama. Acho muito rancor para uma criança de oito anos e que só aumentou com o passar do tempo.
Acho uma verdadeira lição para aqueles que nunca perdoam, para verem como ficam azedos e amargurados a ponto de não viverem de forma normal. De matarem o amor dentro de si em nome da vingança que com certeza não irá levar a nada.
Eu só fico pensando como é que uma criança de oito anos pode guardar tanto rancor por alguém tão má quanto qualquer outra, pelos descaminhos da vida. A vingança alimentada pelo ódio e o rancor e ainda invadida pela ira só aumentou com o passar do tempo. Ela arquitetou todo um plano para vingar a morte do pai e o desprezo da madrasta que chegou a lhe abandonar num lixão, mesmo que com pessoas que ela (madrasta) conhecia e sabia que tratavam as crianças com carinho e amor, mesmo dadas às circunstâncias, até porque já havia deixado lá seu próprio filho.
Mas a Nina não quer saber de nada, muito menos de perdoar e relevar as fraquezas humanas dessas pessoas. Não, ela quer é vingança!
Por isso eu penso que só resta ao autor da novela Avenida Brasil, João Emanuel Carneiro, matar a protagonista da história.
Quando ela finalmente se vingar nada mais sobrará e ela estará vazia de tudo, de Amor e principalmente de desmotivação para viver, pois é o ódio e a vingança que a impulsiona e a motiva a viver, sem eles o que lhe restará? Se restar algo será o amor pelo Jorginho muito escalavrado pelas atitudes dela. Não acredito que este amor sobreviverá.
Personagem digna de pena, realmente.

sábado, 14 de julho de 2012

Quanto valem 2 milhões?

                                            Quanto vale 2 milhões?
Pois é, de vez em quando e de quando em vez fico comparando os meus valores com o das pessoas famosas e das que correm atrás da fama e fico abismada com o que elas são capazes de fazer e de suportar, imagino que tenham sentimentos e até que sofrem como a maioria das pessoas, mas não é o que demonstram publicamente em nome da fama e da celebridade.
“Digo isto, ao ler mais uma vez lá pelos “feicebuques” da vida, que na tal  “A fazenda”,  onde ficam confinados entre vacas e porcos pessoas famosas,  juntas  com as que querem ser algum dia celebridades para ali ficarem isoladas totalmente dos meios de comunicação por meses a fio, sendo também filmados 24 horas para ver quem vai ganhar os 2 milhões de Reais. Quais são as regras para isso, a não ser o total alheamento ao que se passa pelo mundo e por suas vidas familiares, desconheço. Só sei que ficam afastadas totalmente da civilização, dos familiares, e da vida que corre aqui fora, fazendo nada e até onde já li, brigando e se engalfinhando para prazer dos que assistem.
Mês passado foi assassinada a irmã de uma “celebridade” que lá estava e ficou a grande dúvida se deveriam contar o drama ou não já que a irmã da falecida poderia abrir mão do tão ambicionado prêmio de 2 milhões.
Reuniram a família e ficou decidido que o marido contaria, mas que ela não deveria perder a chance de ganhar o premio, afinal são 2 milhões e para isso deveria permanecer isolada.
 Agora acabo de ler que a situação se repete com mais um integrante do Reality; a irmã de outro “celebre” (quem é mesmo ele?) morreu de infarto fulminante e cogita-se,  se devem contar  ou se não contar, afinal das contas são dois milhões de reais em dinheiro! Dai sai uma nota que a mãe da criatura que “batalha” para ganhar os 2 milhões,  apenas argumenta entre linhas pálidas que a irmã era adotiva e que provavelmente não iriam contar, acho que para não estressá-lo (?). Assim se ele não ficar sabendo não corre o risco de desistir. Afinal são 2 milhões!!!!.
Mas o que é isso minha gente?! Não importa mais os sentimentos, os valores, a família, o amor Cristão, o que vale são os milhões que se pode ganhar passeando entre vacas e porcos, isolados do mundo que os comprometeria? O álibi perfeito para redimir possíveis culpas de não ter tomado a atitude certa na hora certa. E onde arrumar dinheiro de forma tão simples como passear entre vacas e porcos?
O que pode isso acrescentar na vida de alguém? Talvez acrescente mais para quem esteja do lado de cá, aprendendo o que não se deve fazer e avaliar os verdadeiros valores da vida; o Amor Cristão e a família, o restante vem por acréscimo.

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Seu Demóstenes e a Sucuri

                                              Seu Demostenes e a sucuri.
Seu Demóstenes é um aposentado daqueles que reclama de tudo e de todos. Quando pega alguém para “trocar um dedo de prosa” não larga tão cedo emendando uma conversa na outra.
Ontem mesmo ele estava na saída do prédio onde cumprimentava a quem chegava ou saia e tentava sempre puxar uma prosa, uma conversa, mas o pessoal já o conhecia e nem parava, apenas o cumprimentava e já ia se despedindo com uma desculpa apressada qualquer.
Ai como estava de bom humor e sem pressa resolvi parar e dar um pouco de atenção ao seu Demostenes.
Foi ai que quase me arrependi de ter parado, pois ele estava “com a macaca” querendo colocar a maioria dos políticos no paredão, querendo botar fogo mundo, dai foi que ele saiu-se com essa:
- Sabe minha senhora, eu tenho a solução para a maioria dos problemas que afligem a humanidade e neste momento o que mais incomoda a humanidade é a bandidagem disseminada, mas eu tenho uma ideia para ir acabando com eles.
A senhora já ouviu falar que não se pode matar bicho no Brasil, não é? Bicho, bicho de verdade daqueles que vivem no mato, tipo lobo-guará, macaco, arara, tucano e até cobra. Pois bem, encontrei a solução; É só colocar várias sucuris num presídio e deixar elas por lá, quando elas tiverem fome, vão começar a comer os presos, como não se pode mata-las e elas não vão presas, elas vão acabando com os presos e finalmente com os presídios e tudo vai se resolver rapidinho, não concorda? Afinal ninguém matou os presos, foi a sucuri (!?)

Apavorei com a ideia e fui embora rapidinho antes que me desse conta de como anda a bandidagem e começasse a concordar com as loucuras do seu Demostenes.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Viajando ao infinito

Cansada de muitas atividades naquele dia, deitei-me um pouquinho para descansar e acabei dormindo profundamente.
Sonhei que tocaram a campainha e quando fui atender deparei-me com uma mulher sem cabelos e com uma pintura nos olhos que lhe davam um formato amendoado, me chamou a atenção que os olhos eram marrons claros diferente dos que conhecemos, também lembro que não tinha cílios ou sobrancelhas, uma boca pequena não sorria.
Magnetizada pelo olhar concordei em obedecê-la e sem bolsa ou qualquer outro pertence entrei no elevador. Quando dei por mim estava num imenso jardim azul ou pelo menos me pareceu. Era iluminado como o luar nos ilumina...
Não sei por que não me surpreendi quando pude reconhecer várias pessoas  semelhantes a minha pessoa enquanto ao longe circulavam mais seres como aquela que chamarei de mulher.
Quando nos vimos reunidos em cinquenta pessoas terrenas, ou terráqueas fomos encaminhados para um  grande auditório. Em seguida apareceu o que eu chamarei de homem muito semelhante a que veio me buscar em casa portando alguma coisa semelhante a uma peteca sobre a cabeça, porem de cor negra.
Após um silvo vibrante a sessão começou. A criatura de peteca na cabeça começou a falar numa língua para todos nós da plateia desconhecida, porém uma holografia diante de nós foi formando uma tradução simultânea para cada idioma, sim porque eu era uma brasileira, mas tinha representante de diversos países.
Senhores e senhoras, desculpem tê-los tirados de seus ambientes  e trazidos para cá. É que estamos cada vez mais sendo pressionados pelo tempo que se esgota e é preciso que os senhores sejam cientificados do que se passa para tomarem suas providências a respeito. Então, sem mais delongas, passo a informar as características do nosso planeta.
 Este é um modelo universitário, um modelo onde não há perda de tempo com coisas e situações que não tenham finalidade para a evolução do ser.
Para aqui veem seres harmônicos e de semelhança evolutiva. Chegam aqui na sua forma mais pura, apenas carregando o seu períspirito que precisa já estar bem diluído na evolução. Ao chegarem irão tomar um dos corpos disponíveis nos respectivos departamentos e o vestirão como se fosse uma roupa. Ele tem apenas a finalidade de identificação mútua. Não tem aparelho digestivo e nem órgãos internos. Já iniciamos este estágio como adultos, não temos infância ou juventude. Neste lugar não praticamos o sexo como vocês o conhecem em seu planeta, ainda tão necessário como troca de energia e multiplicação das espécies.  Como chegamos “prontos” e nossas identificações são plasmadas de outra forma, não necessitamos mais desse estágio, nosso tempo é inteiro tomado em aprendizado e troca de informações.
O sentimento que permeia tudo e a todos é o amor verdadeiro, puro, apenas e só ele nos move. A pergunta então que faço a todos é:
Quem de vós deseja estagiar por aqui para aprender e se melhorar como ser em evolução?
Os que se interessarem levantem a mão e estaremos promovendo a inscrição ...

Acordei com a campanhia da porta tocando...

domingo, 8 de julho de 2012

10° com chuva

                                              10° com chuva
Sábado fomos a um aniversário em Balneário de Camboriú. Estava fazendo 10° e chovia como deus mandava. Mas valeu a pena. Estava tudo perfeito.
                                      XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
Hoje, domingo amanheceu um lido dia, porém não passou de 16°. Mas foi bom.
É sempre bom chegar no final do dia e ver que tudo transcorreu bem, que tivemos um dia com saúde e alegria, que convivemos  com pessoas queridas e que foi mais um dia de vida de uma longa vida.
Foi bom, muito bom.
                                            Camboriú- Av. Atlantica
                                            Praia de Camboriú

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Qual a saída?

Há anos atrás um grupo de lideres políticos de diversos países se reuniu para discutir o problema do excesso de população e por consequência a fome no mundo. 
A pergunta que estava no ar era:
“Onde colocar tanta gente e onde arrumar tanta comida, agua, trabalho e espaço físico?”
Discutiram por dias e dias sem encontrarem uma solução para o problema.
Lá pelo quinto dia, já desanimados e decididos a voltarem aos seus países de origem resolveram que pela última vez ainda tentariam achar uma saída. Caso não conseguissem voltariam para casa e uma vez em seus países continuariam procurando uma saída.
Na verdade aqueles homens faziam parte dos bastidores políticos e disseminadores de opinião que trabalhavam em surdina. Faziam e ainda fazem negócios e negociatas sem se preocuparem com a ética e com as medidas utilizadas já que para eles “o fim sempre justifica os meios”.
Eles precisavam permanecer no anonimato com referencia ao assunto em discussão perante a população, pois não usavam de expedientes muito sérios e ilibados para resolver o que precisasse ser resolvido.
A reunião entrou pela noite adentro sem que o grupo de senhores chegasse a um consenso. Discutiam há horas como reduzir a quantidade de pessoas que habitavam o planeta, como reduzirem esse número absurdo, já que não haveria comida para todos, empregos, saúde, água e etc. como já foi dito acima.
Alguns deles até argumentavam em alguns momentos da discussão que quando a terra tinha menos habitantes muitos já morriam de fome porque ninguém estava ai com ninguém. A maioria das pessoas já armazenava dinheiro e víveres para si e suas famílias enquanto ignoravam os famintos e desnudos que perambulavam ao seu redor catando os restos nas lixeiras para sobreviverem.
Outros ainda argumentavam que as chances sempre foram iguais para todos e que o que os diferençava era o ânimo, a luta e como se dizia vulgarmente “o ir atrás”.
A maioria das pessoas queria nascer rico e se não nasciam não trabalhavam para isso e nesse trabalhar estava incluído o estudar promover a diferença, o desdobrar de esforços.
Ainda naquele dia que entrou pela madrugada não chegaram a um denominador comum. Durante dias várias possibilidades foram aventadas e mesmo assim cada um saiu de mãos vazias em busca de uma solução, já que até ali todas as sugestões foram combatidas e descartadas: “Envenenar a água iria matar os inocentes, melhor dizendo; também os que realmente fariam falta.”
Uma bomba química iria com certeza acontecer de sobreviver aqueles que ressuscitariam das cinzas mais fortes e mais valentes como já havia acontecido no oriente. E a multiplicação humana, necessária para se reerguerem seria quase imediata.
Uma bomba de vírus também atingiria os que não deveriam padecer do mal pelo mesmo motivo anterior.
E assim foram descartando as eliminações coletivas. Bombas em aviões e prédios, comida envenenada, medicamento sem efeito para eliminar os debilitados. Todas as possibilidades forma pensadas e combatidas como inúteis ou sem objetivo. Na verdade todas tinham efeitos colaterais indesejáveis.
Até que aquele grupo de homens ficou em silencio por alguns minutos e de repente um deles gritou!
-Porque não pensei nisso antes? Bem na minha frente e eu andando à roda...
-Mas o que foi? Conte-nos,  já desanimei e estou cansado.
-Pois descanse. Achei a saída. Eu sou químico e criarei uma droga viciante, altamente viciante, que cause dependência total e devagar iremos inserindo em todas as classes sociais lentamente, até que só sobrevivam os que não usarem a droga e pouco a pouco, minando todas as instituições, iremos destruindo as famílias e quando perceberem já teremos tomado tudo até o poder total do planeta. Faremos apologia ao aborto, instigaremos as feministas, haverá muita briga pelo poder, pela oligarquia e poucos sobreviverão.  Uns matarão aos outros e irão se eliminando aos montes, dai em pouco tempo teremos resolvido todos os nossos problemas...

segunda-feira, 2 de julho de 2012

22 minutos

A partir do momento em que subi os degraus do ônibus naquela tarde percebi logo que havia algo diferente no ar, não sabia o que mas que tinha, isso tinha.
Havia uma agitação anormal, uma inquietação, uma energia pesada e negativa sei lá. Algo ruim.
Num primeiro impulso quis descer no ponto seguinte, porém desisti por falta de tempo até descesseria, porém iria me atrasar e não podia, sem falar na garoa fina que caia fria e insistente ia molhando tudo.
Resolvi então me sentar no único lugar vago bem no meio do corredor sob os olhares curiosos e silenciosos dos muitos passageiros que se amontoavam para trás.
Ao sentar-me percebi que aquele lugar não estava vago à toa. É que ao lado estava sentado um homem estranho, não que ele fosse especificamente de uma raça ou cor, mas se parecia muito com o que costumamos rotular de alienígena. Meio cinza azulado, orelhas bicudas, olhos pretos e grandes. Foi ai que entendi o porquê do comportamento dos outros passageiros, silenciosos e envolvidos numa energia estranha. Por algum motivo não conseguiam descer do ônibus.
Por um momento senti pena do homem que deveria estar muito constrangido pela situação, então resolvi permanecer sentada ao seu lado mesmo depois que um arrepio percorreu toda a minha espinha, espalhando um gelo estranhíssimo pelo corpo.
Procurei olhar as mãos do homem, mas ele estava de luvas de couro com cinco dedos e que ficavam parcialmente escondidos sob o jornal dobrado. Eu poderia jurar que só possuía quatro dedos longos em cada uma delas, mas não posso garantir. O Jornal era estrangeiro de uma língua bem diferente entre o russo, o grego e o árabe. Mesmo dobrado pude observar parte da figura do globo terrestre em azul, o nosso planeta.
Finalmente chegou a parada onde eu desceria. Sai do ônibus pensando onde será que o homem misterioso desceria? Será que iria até o ponto final? Porque ele era tão esquisito, tão misterioso e porque a energia que emanava era tão forte que quase vibrava, formando um campo de força tão intenso que causava um estranhamento geral?  Não conseguia parar de pensar e de me fazer tantas perguntas sem respostas.
Já estava deitada na cadeira do dentista que me atendia e não conseguia parar de pensar, pensar e pensar quando de repente apagou tudo, acabou a energia elétrica. Os telefones ficaram mudos e segundo informação da secretária e pôde-se observar, foi um apagão geral e tudo que era elétrico ou eletrônico ficou “mudo e morto”.
Passados 22 minutos todos os aparelhos ligaram ao mesmo tempo e muitas campainhas, sirenes e alarmes dispararam enlouquecidamente.
Ao sair do consultório comecei a ouvir comentários por toda a parte sobre o misterioso acontecido, parecia que a terra parou, mas o mais intrigante foi a notícia que veio no dia seguinte que o ônibus 228 das 13.30horas havia desaparecido com todos os passageiros que estavam dentro, na hora do apagão. Ninguém sabia contar o que houve de verdade. As notícias eram contraditórias.
Eu também não sei dizer o que houve, mas posso garantir que o sumiço tem a ver com o homem alienígena e muito misterioso que estava naquele ônibus...