Um dia inesquecível
Mais uma do Gilberto, o peralta levado da breca, como contavam os parentes dele; avó, mãe e tias, o que lhe proporcionou também memoráveis surras de cinta e o que mais estivesse à mão. Velhos tempos...
Pois é, parece que a imaginação para fazer arte e/ou peraltices era infindável e o que é pior, quase todas as travessuras dele resultavam em situação difícil para os da família. O que vou postar hoje, ele me contou inúmeras vezes, sempre às gargalhadas, relembrando o quanto ele aprontava quando menino ainda, na casa em que morava com os avós e os pais, na cidade de Itatiba, um casarão enorme que ficava atrás da Igreja Matriz, no centro da cidade.
Certo dia, ele estava com mais ou menos dez, talvez onze anos, e sem coisa melhor a fazer, remexia em coisas que não devia no porão cheio de quinquilharias quando viu uma caixa de sapatos empoeirada em cima de uma prateleira. A curiosidade foi tamanha em saber o que guardava a tal caixa guardada lá no alto, que precisou de uma escada para retirá-la de lá. Tanto fez, até que com muito custo finalmente conseguiu. A caixa estava bem pesada e quando a abriu encantou-se com o que viu e resolveu utilizar imediatamente o que havia lá dentro. A caixa guardava mais da metade em cartuchos de espingarda (!!).
Então ele foi até outro cômodo pegou uma das espingardas de caçar do avô e escondeu-se lá no quarto dele, do avô. Àquela hora a mãe e as duas empregadas já estavam na cozinha preparando o almoço. A casa era daquelas antigas, com quatorze quartos, e ele estava no quarto do avô, justamente o mais longe da cozinha. Então colocou um cartucho na espingarda, deitou-se na cama mirando cada objeto do quarto. Ali ficou algum tempo treinando a mira, como ele dizia, até que se interessou por um grande objeto de louça em cima da grande cômoda. Era um penico de porcelana com tampa, trazendo enroscado uma figura de dragão em relevo, relíquia que a família de imigrantes se orgulhava de ter trazido da Itália, nunca era usado, mas constantemente exibido para as visitas (imagine a relíquia que devia ser). Pois bem, ele abriu a janela e com todo cuidado colocou o penico em cima dela, depois colocou-se de bruços apoiando os cotovelos na cama, e com as pernas ajoelhadas no chão empunhou a espingarda, mirou bem na cabeça do dragão e atirou. !!!! Apesar do barulho que fez, ninguém apareceu para ver o que foi , provavelmente envolvidas nas tarefas da cozinha e ele pode sair do esconderijo que se meteu com medo de apanhar, dentro do guarda roupa, logo depois. Não contente, apesar de estar com medo do castigo da mãe ou do avô, quando descobrissem que o dragão havia "morrido", pegou a caixa de sapato onde tinha uma considerável quantidade de munição e se dirigiu para a cozinha onde o almoço já estava quase para ser servido. Ele então, se aproximou do imenso fogão de lenha onde o fogo crepitava, jogou a caixa lá dentro, e ainda lembrava que fechou a portinha onde se entroduzia a lenha e gritou para a mãe e as empregadas saírem da cozinha pois ele tinha jogado "alguns" cartuchos de espingarda no fogo. Foi só falar e o estouro começar. Era tiro para todo lado e o reboliço foi tão grande, a correria e a gritaria misturadas aos estouros da munição, que naquele dia ninguém almoçou na casa e nem entrou mais na cozinha, pois não havia como saber a quantidade de munição que ele havia jogado no fogão, que no final desmontou-se todo junto com a parede da cozinha.
Ele levou dias na casa da outra avó esperando literalmente que a coisa esfriasse para voltar, e mesmo assim levou uma memorável surra, como diziam antigamente "de criar bicho".
Eiiiiiita Gibi, tu eras "dupirú" em rapaz?...
Mais uma do Gilberto, o peralta levado da breca, como contavam os parentes dele; avó, mãe e tias, o que lhe proporcionou também memoráveis surras de cinta e o que mais estivesse à mão. Velhos tempos...
Pois é, parece que a imaginação para fazer arte e/ou peraltices era infindável e o que é pior, quase todas as travessuras dele resultavam em situação difícil para os da família. O que vou postar hoje, ele me contou inúmeras vezes, sempre às gargalhadas, relembrando o quanto ele aprontava quando menino ainda, na casa em que morava com os avós e os pais, na cidade de Itatiba, um casarão enorme que ficava atrás da Igreja Matriz, no centro da cidade.
Certo dia, ele estava com mais ou menos dez, talvez onze anos, e sem coisa melhor a fazer, remexia em coisas que não devia no porão cheio de quinquilharias quando viu uma caixa de sapatos empoeirada em cima de uma prateleira. A curiosidade foi tamanha em saber o que guardava a tal caixa guardada lá no alto, que precisou de uma escada para retirá-la de lá. Tanto fez, até que com muito custo finalmente conseguiu. A caixa estava bem pesada e quando a abriu encantou-se com o que viu e resolveu utilizar imediatamente o que havia lá dentro. A caixa guardava mais da metade em cartuchos de espingarda (!!).
Então ele foi até outro cômodo pegou uma das espingardas de caçar do avô e escondeu-se lá no quarto dele, do avô. Àquela hora a mãe e as duas empregadas já estavam na cozinha preparando o almoço. A casa era daquelas antigas, com quatorze quartos, e ele estava no quarto do avô, justamente o mais longe da cozinha. Então colocou um cartucho na espingarda, deitou-se na cama mirando cada objeto do quarto. Ali ficou algum tempo treinando a mira, como ele dizia, até que se interessou por um grande objeto de louça em cima da grande cômoda. Era um penico de porcelana com tampa, trazendo enroscado uma figura de dragão em relevo, relíquia que a família de imigrantes se orgulhava de ter trazido da Itália, nunca era usado, mas constantemente exibido para as visitas (imagine a relíquia que devia ser). Pois bem, ele abriu a janela e com todo cuidado colocou o penico em cima dela, depois colocou-se de bruços apoiando os cotovelos na cama, e com as pernas ajoelhadas no chão empunhou a espingarda, mirou bem na cabeça do dragão e atirou. !!!! Apesar do barulho que fez, ninguém apareceu para ver o que foi , provavelmente envolvidas nas tarefas da cozinha e ele pode sair do esconderijo que se meteu com medo de apanhar, dentro do guarda roupa, logo depois. Não contente, apesar de estar com medo do castigo da mãe ou do avô, quando descobrissem que o dragão havia "morrido", pegou a caixa de sapato onde tinha uma considerável quantidade de munição e se dirigiu para a cozinha onde o almoço já estava quase para ser servido. Ele então, se aproximou do imenso fogão de lenha onde o fogo crepitava, jogou a caixa lá dentro, e ainda lembrava que fechou a portinha onde se entroduzia a lenha e gritou para a mãe e as empregadas saírem da cozinha pois ele tinha jogado "alguns" cartuchos de espingarda no fogo. Foi só falar e o estouro começar. Era tiro para todo lado e o reboliço foi tão grande, a correria e a gritaria misturadas aos estouros da munição, que naquele dia ninguém almoçou na casa e nem entrou mais na cozinha, pois não havia como saber a quantidade de munição que ele havia jogado no fogão, que no final desmontou-se todo junto com a parede da cozinha.
Ele levou dias na casa da outra avó esperando literalmente que a coisa esfriasse para voltar, e mesmo assim levou uma memorável surra, como diziam antigamente "de criar bicho".
Eiiiiiita Gibi, tu eras "dupirú" em rapaz?...
Era bem a cara dele fazer esse tipo de coisa...ehehehe Esse menino devia ser um perigo mesmo!
ResponderExcluirBeijocas geladinhas :)