quarta-feira, 16 de março de 2011

Entre tremores


             Estou passada com a situação do Japão, sim eu imagino que todos estão. E estou tão chocada que passou pela minha cabeça a catastrófica conclusão de que é melhor nem sobreviver a uma coisa dessas. Impressionante!!!

           No Espiritismo estudamos estes acontecimentos como “provas coletivas ou individuais, expiações e causa e efeito”.

          Ninguém passa pelo que não precisa passar na trajetória da evolução se aquela experiência não tiver a finalidade de agregar ensinamentos, e ai vão muitas causas, que na maioria das vezes advém de vidas anteriores, porém muitas vezes vamos em busca de sofrimento com os nossos próprios pés nesta mesma encarnação. O que ocorre com muita frequência. 
         Ontem mesmo estava vendo pela televisão algumas cenas de sofrimento e a intensa preocupação de parentes aqui no Brasil querendo saber notícias de pessoas queridas. Parentes e amigos, passando todo tipo de sofrimento, no meio do que sobrou e ainda correndo o sério risco de contaminação por radioatividade, passando fome, sede e frio, já que também está nevando para piorar mais ainda o quadro. Uma quantidade imensa de brasileiros, filhos de japoneses que voltam para suas origens em busca de melhores condições de vida.
Mas o que me chamou a atenção mesmo foi ver os parentes aflitos, aqui no Brasil, que perguntavam pela Internet a uma jovem senhora, filha deles se não me engano, se não era melhor voltar, e ela respondeu taxativamente que não, que lá era melhor (?) para se trabalhar e criar filhos!!!! Será? Será que vale mesmo esse risco?
        Isso me fez pensar o resto do dia; Será que a ambição muitas vezes não nos tolhe a visão a ponto de vermos somente o lucro e a ascensão material? Até que ponto vale o risco, repito? 
       Daí volto para a Filosofia Espírita que nos mostra, que nem sempre fazemos boas e certas escolhas para nós mesmos, por melhores que pareçam as alegações e desculpas.
       Se esta pessoa sobreviver e for contaminada pela radiação, mesmo depois de passar todo o tipo de provação, ela não foi em busca dessa situação? E os seus filhos, não são vidas sob sua responsabilidade? Ela que nasceu no Brasil, num continente tão abençoado que não possui em suas profundezas geológicas placas tectônicas móveis, nem terremotos e tsunamis, numa terra farta de alimentos e de espaço, não teve a oportunidade de nascer e viver num pais onde se pode viver em liberdade física e mental?
Pois sabemos através de notícias e informações várias que aquela estrutura de terceiro pais mais adiantado do mundo carrega um índice enorme de jovens suicidas.
Percebemos nas imagens e entrevistas que as pessoas de um modo geral sofrem uma pressão tão intensa de valores culturais que eles não se sentem no direito de sofrer, chorar ou reclamar nem numa hora dessas. 
É de chorar, perceber a alma escrava dentro do peito, acorrentada a costumes milenares e duros por demais, que não lhes permite sofrer, escancarar a dor para o mundo que os assiste estarrecido.
       Não sei, não sou ninguém para recriminar quem quer que seja e muito menos tripudiar em cima da dor de pessoas que já têm sofrimento demais para encarar. E não é isso que estou fazendo aqui, só estou botando a minha cachola para trabalhar, pensar e avaliar superficialmente uma situação no mínimo intrigante; Porque aquele pais sofre tanto e ninguém sai de lá?
Aqui deixo a minha total solidariedade e meus sentimentos sinceros.
Minhas orações de força e coragem e que nunca lhes falte a fé e a esperança.              
                  Coragem

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