terça-feira, 31 de agosto de 2010

Fim de semana com BREGUEDÉ

Como todos sabem adoro palavras, dizeres e situações típicas regionais, inclusive da minha terra, o "manezês". Meus ouvidos estão acostumados a muitos sotaques e palavras regionais por conta das minhas muitas mudanças e vai-e-vens e isso me diverte muito, de verdade, sem deboche, apenas acho engraçado, assim como muitos devem achar que falo engraçado, com esse sotaque aportuguesado das minhas raízes açoreanas.
Pois bem, falei isso tudo para contar que neste fim de semana fui a uma cidade aqui ao lado participar de um bingo beneficente, com direito a muito "BREGUEDÉ" com refrigerante ou cerveja, para quem gosta.
O "Breguedé" é um aperitivo típico da região, aprendi até a receita e é até bem gostosinho. Trata-se de uma espécie de inhoque de mandioca frito e apimentado, muito bom.
O Bingo começou com a solicitação do apresentador do evento para o comparecimento ao palco do Sr. "João Pinguela", para fazer a entrega do primeiro prêmio ao ganhador, que se apresentou  muito feliz, como não podia deixar de ser, é claro; o senhor "João Ruivo", irmão do "abelha".
Nada como viver numa comodidade onde todos se conhecem, né?
Os demais ganhadores seguiram no mesmo estilo mas esqueci de anotar os nomes e apelidos. Mas foi muito divertido. Valeu a pena.
 Eu acho isso maravilhoso, um barato mesmo.
Antes que me peçam ai vai a
Receita do BREGUEDÉ

Cozinhe a mandioca de véspera e passe na máquina de moer.Juntar temperos verdes e pimenta, ovos e um pouquinho de farinha de trigo. Enrolar como  inhoque e cozinhar na água quente e escorrer e ir jogando na água gelada ( dar choque térmico).
Passar na farinha de rosca e fritar.



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Como tudo aconteceu


A quem interessar possa contarei  como aconteceu. Como reencontrei o Adalberto.

Quando éramos muito jovens, por volta dos meus onze anos (doze ele) fui morar em frente à casa dele.
Na época já nos identificamos um com outro quase imediatamente a ponto das famílias ficarem "de olho". Como eu não tinha "autorização" para namorar ficávamos só nos olhando e muitas vezes sentados no meio fio debaixo do poste de iluminação conversando por horas. Depois de me mudar daquela casa, tentamos por duas vezes namorar mas não deu certo por motivos alheios a nossa vontade.
Por esses desvios da vida e do destino, cada um casou, teve filhos e NUNCA MAIS NOS ENCONTRAMOS (incrível!) apenas sabíamos um do outro através de uma amiga em comum que também nunca revelou a nós que perguntávamos um pelo outro, por ser uma pessoa muito ética.
 O tempo passou, ele se separou e eu fiquei viúva, dai que um belo dia, ele estava na casa dessa nossa amiga e a conversa recaiu sobre mim, e que justamente eu estaria fazendo aniversário por aqueles dias.
 Ele pediu o meu telefone, ela me ligou perguntando se podia e ele ligou para me dar os parabéns.
 Pronto; reatamos ai um sentimento congelado pelo tempo e que foi reaquecido pela proximidade.
O restante é o óbvio, estamos juntos  "até que a morte nos separe".
Estamos felizes e isso é o que importa e principalmente "que seja eterno enquanto dure..."

sábado, 21 de agosto de 2010

Amor de outono

Gente visitadora deste espaço. Me desculpem a longa ausência, mas estou de férias em Florianópolis, curtindo um amor de outono. Quando chegar  em casa contarei mais novidades. Obrigadíssima pela visita.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Meu pai

Dessa vez não apareci aqui para reclamar de mais uma data "comemorativa", mas sim me entregar ao chamado do modismo comercial e homenagear também ao meu pai. Homem integro que teve um primeiro enfarto do miocárdio aos 44 anos, quando eu mesma era muito pequena ainda (sou temporona), e depois de 20 anos mais ou menos,  o quinto enfarto e uma série de complicações o levou de perto de nós para "morar nas estrelas".
Digo isto apenas para uma colocação de momento e  de pessoa, mas o que me levou mesmo a escrever essa modesta homenagem, foi uma propaganda de refrigerante onde uma garotinha de aproximadamente de três anos, resolve fazer do pai seu brinquedo, sua boneca gigante e resolve enfeitá lo de colares boá de plumas e uma "discretíssima" maquiagem, enchendo-lhe os cabelos de penduricalhos coloridos completando com a pintura da própria boquinha totalmente borrada de batom dava beijos e beijos no pai que pacientemente deixava a filha se divertir, quando a companhia toca ele vai atender sem se dar conta de sua aparência e dá de cara com um encanador e o sindico ou coisa parecida, dai já viu a cara dos dois, e da dele quando caiu na real, né? Bem contei tudo tintim por tintim como diz alguém, que eu faço, para contar que meu pai sempre repousou depois do almoço como ele dizia, "só dez minutos", até precisava  pois trabalhava com a cabeça, era um guarda-livros, profissão da época que não existia calculadora e tudo era realmente na ponta do lápis literalmente falando, balanços e balanços de final de ano que o faziam virar noites trabalhando, essa profissão passou depois a se chamar de Contador e hoje nem sei mais... Talvez um despachante comum faça aquele trabalho, enfim a internet está ai para isso mesmo para facilitar. Mas isso não vem ao caso, o que interessa é que ele dava uma sonequinha depois do almoço e adorava um cafuné e claro que sempre alguém era convocado por "livre e expontanea pressão" a fazer o tal cafuné, e certo dia deve ter sobrado para mim, e eu fiz o que hoje se chama de "xuca" na cabeça dele. Eu puxei para cima seus ralos cabelos e amarrei delicadamente uma fitinha vermelha, ele quando acordou foi fazer o que fazia todos os dias, ir até a padaria buscar pão para o lanche, e como tinha já "pouca telha", só passava a mão pelos lados da cabeça e ia.
Eu me lembro quando ele voltou e entrou na cozinha com o pão na mão a minha mãe arregalou os olhos e perguntou: "Tu fosses assim na padaria" e ele cândidamente respondeu: "sim, porque? "Vai te olhar no espelho, homem"!
Todos riram muito por conta da minha "arte", e ele só comentou: "por isso todo mundo olhava para mim com cara desconfiada, mas como eu não tinha ideia do que era, não me importei". Tadinho do meu pai....

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Eu mereço

É muito interessante ver e perceber como a vida dá voltas e as vezes nos damos conta que voltamos de repende, assim, do nada ao recomeço dela. Sem voltar para traz, mas para retomar de um determinado ponto.
Eu voltei a esse ponto, o da retomada, e está sendo muito bom, bom mesmo.

Hoje estou plena de paz interior que gostaria muito de poder esparramar para toda a humanidade como num encantamento dividindo com aqueles que ainda não atingiram esse ponto. Queria muito que deixassem para trás tristezas e pesares, perdoando a quem tem de ser perdoado e pedindo perdão àqueles que feriram, sentindo-se assim todos, extasiados de felicidade plena como eu estou. Infelizmente não somos deuses, para poder produzir tal encantamento, mas podemos e devemos desejar que assim seja, para que a nossa felicidade seja completa e sem culpa. Neste ponto da vida me sinto como quem subiu uma montanha muito grande pedregosa e difícil; tão difícil que até tive em alguns momentos vontade de desistir, mas a minha fé me trazia forças de continuar, e fui subindo e subindo e agora cheguei ao topo dela já beirando os 64 anos de escalada, mas finalmente cheguei ao topo. E gente, vocês não fazem idéia que vista maravilhosa eu deslumbro daqui do alto. Tudo ficou lá em baixo ou pelo caminho. Muitas coisas rolaram com as pedras que me escaparam dos pés, e nada me importa mais, eu só vejo um horizonte lindo, um frescor me acaricia o rosto marcado pelo tempo e  pela difícil escalada, mas me sinto forte e rejuvenecida, plena de amor pela vida. E o interessante que a vida é a mesma, pois é a minha vida, apenas cheguei no topo da montanha e como ela, a montanha, me sinto firme e imponente.
Parabéns para mim que consegui, não sem ajuda é claro, mas cheguei e isso é o que está valendo e como está valendo!


Agora estou dentro de um arcoíris viajando entre as cores de sua beleza...