Dessa vez não apareci aqui para reclamar de mais uma data "comemorativa", mas sim me entregar ao chamado do modismo comercial e homenagear também ao meu pai. Homem integro que teve um primeiro enfarto do miocárdio aos 44 anos, quando eu mesma era muito pequena ainda (sou temporona), e depois de 20 anos mais ou menos, o quinto enfarto e uma série de complicações o levou de perto de nós para "morar nas estrelas".
Digo isto apenas para uma colocação de momento e de pessoa, mas o que me levou mesmo a escrever essa modesta homenagem, foi uma propaganda de refrigerante onde uma garotinha de aproximadamente de três anos, resolve fazer do pai seu brinquedo, sua boneca gigante e resolve enfeitá lo de colares boá de plumas e uma "discretíssima" maquiagem, enchendo-lhe os cabelos de penduricalhos coloridos completando com a pintura da própria boquinha totalmente borrada de batom dava beijos e beijos no pai que pacientemente deixava a filha se divertir, quando a companhia toca ele vai atender sem se dar conta de sua aparência e dá de cara com um encanador e o sindico ou coisa parecida, dai já viu a cara dos dois, e da dele quando caiu na real, né? Bem contei tudo tintim por tintim como diz alguém, que eu faço, para contar que meu pai sempre repousou depois do almoço como ele dizia, "só dez minutos", até precisava pois trabalhava com a cabeça, era um guarda-livros, profissão da época que não existia calculadora e tudo era realmente na ponta do lápis literalmente falando, balanços e balanços de final de ano que o faziam virar noites trabalhando, essa profissão passou depois a se chamar de Contador e hoje nem sei mais... Talvez um despachante comum faça aquele trabalho, enfim a internet está ai para isso mesmo para facilitar. Mas isso não vem ao caso, o que interessa é que ele dava uma sonequinha depois do almoço e adorava um cafuné e claro que sempre alguém era convocado por "livre e expontanea pressão" a fazer o tal cafuné, e certo dia deve ter sobrado para mim, e eu fiz o que hoje se chama de "xuca" na cabeça dele. Eu puxei para cima seus ralos cabelos e amarrei delicadamente uma fitinha vermelha, ele quando acordou foi fazer o que fazia todos os dias, ir até a padaria buscar pão para o lanche, e como tinha já "pouca telha", só passava a mão pelos lados da cabeça e ia.
Eu me lembro quando ele voltou e entrou na cozinha com o pão na mão a minha mãe arregalou os olhos e perguntou: "Tu fosses assim na padaria" e ele cândidamente respondeu: "sim, porque? "Vai te olhar no espelho, homem"!
Todos riram muito por conta da minha "arte", e ele só comentou: "por isso todo mundo olhava para mim com cara desconfiada, mas como eu não tinha ideia do que era, não me importei". Tadinho do meu pai....
Angela diz :
ResponderExcluirE você com esta carinha de santa, pintava o sete.
É Angela, eu ja era "perigosa" de pequena, hahahah. Bjs
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