Respondendo assim

Vamos falar sério só um pouquinho para não parecer que a minha realidade mental é pior do que parece.
Hoje vou portar uma carta que enviei ontem a um site Espirita do qual acompanho e de vez enquanto dou uns palpites, só que semana passada postaram um artigo onde falam e "trucidam" a literatura espirita que rola fartamente por ai, em especial os romances.
A meu ver artigos altamente preconceituosos, de falsos moralistas, que se fossem espíritas "de verdade" não falariam do "alto de suas tamancas" de forma tão crítica e com tão pouca benevolência daquilo que realmente não conhecem. Numa primeira vez, num outro artigo semelhante que falava mal dos escritores "novos" etc, coloquei o meu pensamento dando como exemplo os mais de 400 livros de Chico Xavier (não me comparando a ele, claro, eu me enxergo) sendo que mais de 300 são romances e que ainda são usados para estudos da doutrina Espírita complementando as obras básicas de Kardec. Há até uma discussão no meio espírita de que Chico é a reencarnação de Kardec. Sinceramente, para mim tanto faz.
Na verdade não tenho uma opinião a respeito.
Dai que postei o que eu penso, tamanho carta, que colocarei aqui, pois penso que se tem algum espírita que me lê, fica sabendo o que acho a respeito e até me escrevam dando sua opinião.
Para muitos, talvez considerem a minha opinião suspeita já que envolve aquilo que faço: escrever Romances Espíritas, entre outras coisas, mas é um direito de cada um expor a sua maneira de pensar... 

Eis a minha carta/opinião

Em princípio penso que cabe ao editor e ao leitor fazer a seleção do que edita e do que lê. Gostaria de repetir também, como já comentei em algum outro artigo aqui, que os romances são "para os que estão chegando na doutrina", e são muito importantes sim, na assimilação de uma doutrina filosófica complexa como é o Espiritismo, e falo isso como uma pessoa de 63 anos, que nasceu em lar espírita, depois de três passes aplicados por uma médium com atributos de cura, com intervalo de tempo para um bom parto, sem complicações, ou seja: nasci sob a égide de espíritos bons e abnegados que me ajudaram a chegar ao mundo. Neste lar onde cresci e convivi com obsediados  que chegavam até amarrados e eram tratados e curados pela mediunidade da minha mãe, pessoa abnegada ao próximo, aprendi a conviver com os fenômenos mediúnicos com naturalidade, mas certo dia, ainda bem jovem, em que conversava com uma colega de trabalho, de religião diferente, eu me dei conta de que o que era naturalíssimo para mim, era apavorante para ela, orientada numa outra fé.

Dai em diante, e já se vão muitos anos, procuro respeitar os outros olhares para a vida e para Deus, e ao passar informações da doutrina, procuro ser natural, não ser arrogante e nem dona da verdade, dando ideia falsa de que o espiritismo é uma doutrina elitista, onde só os cultos e os letrados a conseguem entender. Dai que escrevo livros sim, com humildade, embasados nas obras básicas do Espiritismo, passando principalmente a lição de "causa e efeito" em parábolas, método ensinado por Jesus para explicar os seus ensinamentos, em histórias simples, de acesso fácil aos menos "cultos" como eu, só que ao fazê-lo não me vejo como uma pessoa diferente, que sabe tudo, pelo contrário; também vou em busca do auto-conhecimento com humildade, reconhecendo que é uma batalha constante, brigar conosco o tempo todo, e nos policiar para errar menos a cada momento.
Para terminar eu deixaria aqui a sugestão para a releitura (tenho certeza que todos já leram) do Livro do Chico Xavier e Irmão Jacob -Voltei, para uma reflexão, assim...sem compromisso.
Abraços e muita paz