Aqui você vai encontrar assuntos diversos de acordo com o meu estado de espírito: alegre, triste eventualmente, muito raramente com raiva, porém geralmente com uma pitada de irreverência.
Quem sou eu
- Clotilde ♥ Fascioni
- Campinas , São Paulo , Brazil
- Tenho mais de setenta anos, mãe de quatro e avó de seis, bisavó de dois e uma saudade eterna. Leonina humor sarcástico e irreverente. Gosto de ler, escrever, pintar, costurar, fotografar, não necessariamente nessa ordem. Gosto de observar e ouvir pessoas, suas histórias de vida que para mim são sempre interessantes e ricas de ensinamentos e só aumentam o meu conhecimento com respeito a viver. Acho bom e interessante olhar a nossa volta. É sobre isso que gosto de escrever.Gosto de cinema, assistir seriados na TV, teatro, viajar,passear,viajar,passear... conhecer lugares e bater papo sem compromisso. Gosto de olhar o mundo com olhos curiosos de quem acabou de chegar e quer se inteirar do que está "rolando".O nome escolhido "Espírito de Escritora" não tem a pretensão de mostrar aqui "grandes escritos" tirados das entranhas da sabedoria mais profunda e filosófica de alguém "letrado" ou sábio. Simplesmente equivale a dizer "escrever com alegria","escrever com espirituosidade".Tudo o que escrevo já está escrito dentro de mim, do meu eu mais profundo, só boto para fora... sei lá... Este é um lugar de desabafo e de reflexões minhas."Os bons que me sigam". (sabedoria do Chapolim Colorado)
domingo, 28 de junho de 2009
Momentos que nos enlevam a alma
terça-feira, 23 de junho de 2009
Ler ou não ser
Incrível como certos assuntos, certos dias, chegam até nós num mesmo dia por diversas fontes nos fazendo pensar e repensar...
Recebi hoje cedo da minha filha Andréa um email onde um homem (parece jovem, pois ainda sonha) chamado Rogério Albuquerque, que levou uma caixa de livros e os distribuiu pelas esquinas da cidade observando com que avidez as pessoas e os garotinhos de rua queriam os livros, mostrando também uma fome de conhecimento que não tem bolsa família sem estudo que resolva.
Por volta das treze horas, minha amiga Sonia me contava surpresa e até comovida, que crianças que têm aulas de música num núcleo assistencial, onde ela é voluntária, que frequentam a quarta série não sabiam ler a frase, "quantas linhas têm a pauta musical?" (ou coisa parecida), ela pedagoga e diretora de escola até aposentar-se, não entende como uma criança de quarta série não lê e nem entende o que quer dizer a simples frase, chegando às lágrimas de desespero (a criança) por não saber responder e corresponder a indagação dela que penalizada se ofereceu para alfabetizar a criança, pois sem saber ler não podia estudar a teoria da música. Mais uma vez surpreendeu-se, pois foi informada que não podem (os voluntários), pois não é da alçada deles, já que só o Estado pode "ensinar" de forma convencional, pode?
Ali naquele lugar (muito bem organizado por sinal, oferecendo cursos de música, dança e outros para crianças da periferia) só poderá ser ensinado "alguma coisa" nesse sentido de forma indireta, de maneira lúdica, sem que a criança perceba que está sendo ensinada/alfabetizada (o que é isso gente?). Que mundo é este em que estamos? Como iremos andar para a frente? Assim vamos continuar elegendo presidentes deficientemente alfabetizados; com certeza.
E agora à noite, abro o blog da outra filha, a Lígia, onde está escrito a frase de Felipe Lenhart "Não acredito em colégios nem em universidades. Acredito em bibliotecas."
Mas como ler e entender um texto se não tiver a base? Como as pessoas vão se inteirar que existem sempre e cada vez mais possibilidades, se nunca se leu coisa alguma, nem a placa do ônibus que leva ao centro? A sensação que eu tenho é que somos uma manada humana numa debandada rumo ao nada...infelizmente.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
domingo, 21 de junho de 2009
Voando para o horizonte
Estou há dias triste, meio para baixo e com vontade de "voar", ver coisas e lugares novos, não que eu não tenha saido, mas fui assistir corais, orquestras e os dois juntos, ou seja; músicas sérias, clássicas com pessoas vestidas de preto, num palco preto ou numa igreja, todos concentradíssimos. Nos outros dias fui assistir palestras espíritas e em casa também ouço pela internet programas espíritas, estou com overdose de seriedade, estou precisando urgente dar boas risadas e não pensar em nada sério, onde tem disso? Estou a fim de uma viajem, de praia, de ver lugares novos, conhecer pessoas...
Se eu tivesse nascido pássaro queria ser uma ave migratória, é o meu lado cigano se rebelando, amanhã passa, espero...♥
sexta-feira, 19 de junho de 2009
O Anjinho da Sorte
Pelo menos uma vez por semana eu recebo na minha caixa de correio (email) este anjinho.
Acho ele muito fofo, mas sinceramente se o que ele promete a gente conseguisse realmente tinha um pessoal riquíssimo a cada 48 horas, já que o "prometido" acontece só depois de dois dias.
Por que será que é só depois de dois dias? O que ele faz nesse meio tempo? Me dirão que ele atende os que pediram dois dias antes, pois é.
Ele deve ser ocupadíssimo pois quando comecei a usar a internet, ele já me visitava e ainda continua me visitando, e já beira 10 anos de vaguear na internet.
Agora convidei-o para passear aqui no blog, não que ele tenha todo tempo do mundo para passear, ele precisa atender aos pedidos, é claro, ele apenas vai ficar por aqui até que eu ganhe na loteria, não que ele seja obrigado...não..., mas bem que ele podia fazer isso por mim, nénão?
Anjinho.....anjinho....
segunda-feira, 15 de junho de 2009
sábado, 13 de junho de 2009
Hoje é dia de Santo Antonio
Hoje é dia de Santo Antonio...
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Para pensar
terça-feira, 9 de junho de 2009
Hoje é o dia da Sogra
- Já deram tiros aqui, senhora?
- Não! Graças a Deus não, é só maneira de falar...
- Hã...
Quando a patroa ja ia saindo pela porta, deu meia volta e avisou:
- A única pessoa que pode aparecer é a minha sogra, mas como não gosto de escândalo na minha porta, pergunta o nome e deixe-a entrar, ela se chama dona Cida, Aparecida. Vai lembrar? Só ela, mais ninguém. Ela vai andar pela casa, olhar tudo, bisbilhotando e resmungando, depois ela cansa e vai embora.
- Está bem, pode ir socegada, só deixo entrar dona Cida, não esqueço.
- É isso mesmo. Até mais tarde.
- Té.
Meia hora depois toca a campanhia e Dulce com a voz trêmula perguntou imaginando um revolver apontado para ela do outro lado da porta :
- Quem é?
- Sou eu a Cida, não me conhece mais, é?
Bem devagar a Dulce abriu a porta ainda amarrada com a corrente de segurança, para ter certeza que não tinha nenhum revolver e perguntou de novo:
- Qual é o seu nome mesmo, senhora?
- O que é isso? Só faltava eu não poder entrar agora na casa do meu filho, se é ele que paga as contas daquela mulherzinha que não faz nada, além do seu salário, sem dúvida!? Dulce com a voz trêmula repetiu:
- Eu só vou abrir se me disser o seu nome, é ordem da patroa.
- É Maria Aparecida da Silva, agora posso entrar madame? Falou irritada e com sarcasmo a senhora, quase aos gritos.
- Pode, agora pode.
Dulce nem tinha acabado de falar, ela entrou pela porta a dentro em direção à cozinha abrindo a geladeira sem cerimônia nenhuma.
-Dona Cida a senhora fica por ai que eu vou acabar de arrumar os quartos se precisar me chame, o meu nome é Dulce.
- Está bem menina, eu vou dar uma olhada nessa nojeira aqui. A geladeira está cheia de restos de comida, agora só compra comida esquisita e as marcas mais caras, como se isso fisesse boa comida. Aquela nunca vai a prender a cozinhar, coitado do meu filho, me dá dó, está tão magro que a roupa fica sobrando no corpo.
E assim ela ficou ali resmungando, remexendo, toda agitada andando de um lado para o outro mexendo nas coisas.
- Oh, menina, vem aqui ligeiro! Pega esse lixo e leva lá para baixo, joga na lixeira, agora!
- Que lixo é esse dona Cida?
- Está vendo só aonde vai o dinheiro que o meu filho ganha com tanto sacrifício? Ela teve a coragem de trocar os sofás, as cortinas e o tapete outra vez !? É mesmo uma desavergonhada essa, viu? Pintou as paredes de outra cor...Vai, vai,menina, "vai num pé e volta noutro" .
Dulce desceu pelo elevador de serviço carregando o enorme saco de lixo cheio de comida e vasilhames e voltou em seguida. Quando chegou no corredor de volta, encontrou a patroa que ja havia voltado e vinha saindo do elevador.
- Dulce o que você está fazendo aqui fora?
Quando ia responder, a porta se abriu diante delas e surgiu dona Cida falando bem alto:
- O que você ficou fazendo lá embaixo, por que demorou tanto? Fica por ai conversando com qualquer uma e o serviço esperando...
Atarantada, tremendo da cabeça aos pés, Dulce não sabia o que fazer, a quem obedecer primeiro.
- O que está acontecendo aqui?
- Ésta é a dona Cida...
- Não é não!
- Sou sim, é você quem é?
- Eu moro aqui!
- Aqui mora o meu filho, os meus netos e a mulher dele, aquela...
As três ficaram se olhando por um momento até que a patroa da Dulce perguntou:
- Qual é o apartamento do seu filho?
- É o 602.
- Então!?...Esse aqui é o 612!
Após um breve silêncio e a sensação que o mundo tinha parado de girar por um momento, Dona Cida virou-se e deu uma corrida até o lado oposto do corredor em tal velocidade que nem parecia uma senhora em idade avançada. Enfiou o dedo na campanhia e não tirou enquanto não abriram a porta onde ela se enfiou desesperadamente... KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
domingo, 7 de junho de 2009
"Toda doença nasce da alma"
quarta-feira, 3 de junho de 2009
A importância de uma porta e o sonho de consumo.
A importância de uma porta..
Certa vez, assistindo o Jornal Nacional, me comovi ao me deparar com a triste situação de alguns moradores de rua que foram entrevistados por uma jornalista. Tudo bem, de vez em quando vemos esta matéria que a bem da verdade nem nos causa tanta dor quanto deveria, de tão repetida. Infelizmente, a gente acostuma, e não devia.
Mas como dizia, nada de estranho não fosse a batida matéria tratando as pessoas "gente", com perguntas tolas e sem sentido como sempre.
Mas nesse dia especialmente, fiquei sensibilizada.
A jovem jornalista foi até um "amontoado de coisas de todo tipo" em baixo de um enorme viaduto e entrevistou uma pobre família composta de marido, mulher e uma menininha de uns 4 anos muito bem cuidada e limpa, diga-se de passagem. A mulher franzina e humilde, sem fazer idéia o que é decoração ou coisa parecida, por motivos obvios, conseguiu arrumar seus miseráveis pertences de forma harmônica e prática. Aproveitando os diversos tapetes que arrecadou pela cidade, estendeu-os lado a lado sob a insensivel e concreta ponte, fazendo "cômodos" sobre cada um estabelecendo naquele exíguo espaço uma planta baixa onde de acordo com o mobiliário estavam dispostos cada ambiente. No "quarto do casal" uma cama acomodava um colchão antigo de molas e vários restos de mantas e cobertores de todo o tipo esticados uns sobre outros, e nas laterais caixotes acomodavam as roupas dobradas, talvez até de marcas famosas que ganhavam pela cidade. Mais ao lado, um tapete delimitava o "espaço" da filhinha, onde dormia plácidamente num berço cor de rosa entre bonecos de pelúcia, "levemente" descorados e faltando alguns membros . Do outro lado, um velho móvel guardava umas latas de nescau e leite em pó com comidas secas e bolachas que ela fez questão de mostrar e até oferecer a entrevistadora. Sobre dois blocos de concreto, um fogãozinho de duas bocas todo retorcido "acomodava" uma panela enegrecida de tanto ser usada para cozer algum alimento. Dava pena e ao mesmo tempo admiração ver tanta obstinação em viver em tão difíceis circunstâncias e principalmente da melhor forma com o que tinha ou arrecadavam.
Mas o que mais me surpreendeu mesmo, foi o diálogo da jornalista com a mulher;
- A senhora consegue morar aqui neste lugar com todo esse barulho?
-Fazer o que né? A gente faz o que pode...
-E qual é o seu maior sonho, o seu maior desejo?
-Eu sonho em ter um barraquinho meu. Eu até imagino no final do dia quando vai anoitecendo eu vou até a janela e fecho, vou até a porta e fecho. A minha maior alegria é ter uma porta para fechar e abrir...
Alguém faz idéia do que é viver sem portas e janelas para se proteger?
E você? Qual é o seu sonho de consumo?





