domingo, 27 de setembro de 2009

Acontecimentos inesquecíveis

Olhem só como era impossível dizer não a este olhar...
Hoje de manhã eu conversava com os meus netos Bruna, Laura e Pedro, e contei para eles o quanto a minha casa era movimentada e cheia de acontecimentos inusitados, a maioria por conta do meu último filho, o de número 4, o Vinícius. Menino inteligente e muito curioso. Para ele havia quase sempre a necessidade de verificar tudo com os próprios olhos (deveria se chamar Tomé, caberia bem). O que eu contava para eles se passou no período da pré adolecência, por volta dos seus 7 anos mais ou menos, talvez menos até. Eu sei que ele apareceu em casa com um coelhinho branco, fofo de olhos vermelhos como o da "musiquinha" mesmo: ♪♫ De olhos vermelhos e pelo branquinho...♪♪, todo feliz da vida. Imagine o "surto" psicótico e didático que eu tive ao ver no meio da minha cozinha a lindinha criatura? -Nem pensar! falei para ele. Esse bicho come o dia todo e eu não vou sair por ai atrás de cortar capim para coelho nenhum, por mais lindinho que seja, pode levar de volta de onde veio! Antes preciso explicar que naquela época, minha casa tinha três cadelas (as vezes mais) que davam cria periódicamente, algumas até junto comigo (tenho uma escadinha de quatro filhos), no mesmo dia em que meus filhos nasciam, as cachorras davam cria por solidariedade, com certeza. Além da cachorrada que não comia ração nem por decreto do bispo, comiam panelas enormes de comida feita no meu fogão branco brastemp, com todas as honras. Ainda faziam parte da família duas tartarugas, uma delas bem branquela que veio de presente de um amigo do Amazonas (naquele tempo podia) e um papagaio que foi da minha mãe por muito anos, além de várias gaiolas de passarinho com cria e tudo mais. Uma Oficina/depósito de tudo que seja mecânico ou eletrônico, além de tranqueiras e bujingangas que ninguém queria se guardava lá em casa. A casa era grande, é verdade, mas... Empregada? Ajudante? Colaboradores? Hahahaaha....Deu para entender o porque da minha cabeça ser assim né? Quem não sai da casinha, não sobrevive... Pois bem, voltando ao coelho e ao Vinícius;
Muito triste, em lágrimas, ele me jurou que ele mesmo providenciaria a comida para o bichinho e como uma das qualidades/defeitos do Vinícius é a teimosia e a determinação, não adiantava eu bater de frente, pois eu cansaria antes com certeza. Dai o jeito foi concordar logo e graças aos deuses que protejem as mães da teimosia dos filhos, no dia seguinte ele não aguentava mais colher capim .
A novidade passou, tinha sido satifeita e ele colocou o coelho embaixo do braço e saiu. Não demorou muito voltou trazendo uma galinha magra e desconfiada, que tinha sido trocada pelo coelho em alguma casa da redondeza. Ao perceber que a cachorrada pulou para "conhecer" a visitante, ele, junto com o pai (o Gilberto apoiava tudo o que era novidade e todo o tipo de arte infantil, pois ele próprio guardou a infância muito bem até morrer), construiram no meu canteiro de flores um galinheiro mal enjambrado com garantias que era provisório(!?) só para resguardar a galinha que no imaginário do Vinícius e provavelmente do Gilberto também, àquelas alturas, que a galinha produziria ovos para o ceasa, e pintinhos para as granjas ITO. Imagine a minha alegria?! Dia seguinte, para alegria do Vinícius ao voltar da escola, ele encontra um ovo no galinheiro e a galinha mais ressabiada ainda, pois as cachorras não saiam de perto, só de olho nela. Eu logo perguntei se queria que o fritasse para ele comer e ele me olhou como se aquela pergunta fosse um convite ao crime.
Tudo bem, disse eu, e continuei fazendo o meu serviço. Mas ao abrir a geladeira, vi que o ovo estava devidamente separado para não ser misturado aos outros, então eu perguntei o porque daquele exagero se ovo era tudo igual?! Santa ignorância a minha... foi o que me pareceu ver nos olhos dele. - Mãe, eu vou fazer pintinhos!- me falou ele com toda a convicção. Dai, eu tive que explicar-lhe que para chocar pintinhos, os ovos precisavam de um galo e não podiam ser colocados na geladeira, precisavam ficar no ninho perto da galinha etc...etc.... Qual não foi a minha surprêsa momentos depois, quando ele me aparece com um galo emprestado de uma visinha que também tinha alguns meninos, e que vieram todos para assistir a galinha e o galo cruzarem para "fazerem pintinhos", e aí podem imaginar a farra que foi naquela tarde de um dia qualquer a aula didática e ao vivo sobre a natureza, com os meninos rodeando o galinheiro batendo palmas em cada investida do galo, enquanto as cachorras enlouqueciam por ver mais um intruso no pedaço; o galo. O Gilberto dava gargalhadas se aliando aos meninos e a confusão estava instalada. Quando os meninos cansaram de assistir, pois o galo nem pensava em outra coisa, foram brincar e deixaram o galinheiro com as cachorras rodeando.
Lá pelas tantas, uma das cadelas, a maior, pulou na improvisada porta do galinheiro e a derrubou sobre o galo quebrando-lhe a perna. Tragédia no galinheiro!!! Imagine a minha cara!
O galo era de estimação, tinham sido criado desde pintinho, era dos meninos e por ai a ladainha das lamentações e lágrimas de dó do pobresinho que teria que ser sacrificado (pelo menos morreu feliz, imagino eu).
Adivinhe quem teve que pedir desculpas e "oferecer" outro galo?
Nem adiantava pedir desculpas... todo mundo sabe que animal de estimação não tem preço e nem subistituto, o jeito foi fazer cara de paizagem e deixar o tempo arrumar a s coisas como dá. Muito compungida prometi que quando chocassem os ovos um dos pintos seria deles ou mais de um, se quisessem. Afff, que sufoco! Continuando a história que ainda não acabou, pois não é que chocaram realmente alguns? Parece que seis (não lembro quantos, ja faz uns trinta anos isso), mas a cachorra matou dois, o dono do galo ganhou só um e o último virou galinhada no sítio de Itatiba quando cresceu, pois o Gilberto teve que optar entre a galinha com o pinto e as cadelas... O Vinícius nunca parou de descobrir e inventar, até hoje tem uma capacidade criativa incrível de arrumar ou consertar o que ninguém mais deu jeito.
A Laura ainda comentou que a nossa família é muito animada, eu também acho, mas é muito barulhenta também...

3 comentários:

  1. A..........do.........rei!!!!!!!!!!
    já contaste do dia em que o Gilberto te encontrou fazendo um balão para solar com as crianças, em São Paulo (bem perto de Congonhas!!!!!!!!!!)?
    Que bom ver (rever) os quatro queridos juntos...
    Saudades dos velhos tempos.
    Beijocas
    Lúcia

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  2. As minhas artes também dão assunto né Lucia Maria?
    Obrigada pelo comparecimento aqui♥♥♥ beijos♥

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