Cavalgando no sonho...
Nem olhei para os lados, ansiosa por subir no lindo cavalo branco à
minha frente.
Postei-me com certa agilidade e um pouco de ansiedade sobre ele e em seguida saímos no começo bem devagar para depois irmos aumentando a velocidade cada vez mais depressa até a maior disparada em busca de nossos
sonhos reprimidos, eu e meu Corcel.
Mesmo que durante a infância nunca tenha subido no mais
troncho alazão do carroceiro, este era o momento, tomei coragem e fui determinada.
Totalmente a vontade parecia que fazia esse passeio todos os
dias, durante toda a minha vida, mas talvez depois dessa experiência me
aventure mais vezes sem me preocupar com os olhares possíveis de reprovação.
Não, não estou nem ai para isso.
Principalmente porque
naquele dia meu cavalo branco me passava tranquilidade e me aguentava fagueiro
na sua cela trabalhada em arabescos.
Meus pés eram apoiados nos apoios de ferro, que me fogem o
nome agora, junto à barriga do meu corcel ligeiro que de boca aberta ao vento
mostrava seus fortes dentes.
Sua crina solta em ondas brilhantes me fazia viver o sonho de Pégasus e
pensar no sonho de voar de verdade.
Por uns momentos fechei os olhos ouvindo a musica que vinha
de algum lugar, mantendo aquela doce ilusão de cavalgar ao vento enquanto
mantinha as rédeas quase soltas nas mãos.
Mas de repente, o sonho acabou e o corcel parou sem um só
relincho. Atendendo a voz do homem que controlava o Carrossel do parque de
diversões, soltei as rédeas e desci caminhando na direção da bilheteria
para comprar mais um bilhete para mais uma viagem, desta vez irei montada no
Alazão...