domingo, 24 de janeiro de 2016

Cavalgando no Sonho...

                                                    Cavalgando no sonho...
Nem olhei para os lados, ansiosa por subir no lindo cavalo branco à minha frente.
Postei-me com certa agilidade e um pouco de ansiedade sobre ele e em seguida saímos no começo bem devagar para depois irmos aumentando a velocidade cada vez mais depressa até a maior disparada em busca de nossos sonhos reprimidos, eu e meu Corcel.
Mesmo que durante a infância nunca tenha subido no mais troncho alazão do carroceiro, este era o momento, tomei coragem e fui determinada.
Totalmente a vontade parecia que fazia esse passeio todos os dias, durante toda a minha vida, mas talvez depois dessa experiência me aventure mais vezes sem me preocupar com os olhares possíveis de reprovação. Não, não estou nem ai para isso.
 Principalmente porque naquele dia meu cavalo branco me passava tranquilidade e me aguentava fagueiro na sua cela trabalhada em arabescos.
Meus pés eram apoiados nos apoios de ferro, que me fogem o nome agora, junto à barriga do meu corcel ligeiro que de boca aberta ao vento mostrava seus fortes dentes.
Sua crina solta em ondas brilhantes me fazia viver o sonho de Pégasus e pensar no sonho de voar de verdade.
Por uns momentos fechei os olhos ouvindo a musica que vinha de algum lugar, mantendo aquela doce ilusão de cavalgar ao vento enquanto mantinha as rédeas quase soltas nas mãos.
Mas de repente, o sonho acabou e o corcel parou sem um só relincho. Atendendo a voz do homem que controlava o Carrossel do parque de diversões, soltei as rédeas e desci caminhando na direção da bilheteria para comprar mais um bilhete para mais uma viagem, desta vez irei montada no Alazão...


segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Relembrando alegres momentos

Este caso aconteceu no ano de 2009 enquanto morava na cidade de Campinas-SP e ia ha muitos eventos com minha amiga e vizinha de lado, a Sonia. 
Me diverti muito na companhia dela...

Mais um Sarau literário.

Hoje, nesta tarde de sábado, fui mais uma vez junto com a minha amiga Sonia e mais duas tias dela muito queridas, a um sarau literário e musical.
Nós quatro juntas somamos pouco mais de 300 anos hahaha.
Dai fomos ao Sarau na Casa do Poeta de Campinas que fica dentro da Academia Campinense de Letras. Fomos lá pela primeira vez no fim do ano passado e até já contei aqui como aconteceu, que por sinal foi bem engraçado também...
Hoje teve uma pequena variação, mas no geral o mesmo comportamento e algumas perolas edificantes para atiçar minha veia crítica "jornalística".
Pois bem, vamos por partes como diria o Jack, o estripador...
Em princípio me pareceu que estavam quase todos os da última vez, até a morta foi relembrada pelo viúvo novamente com a expressão compungida. 
O Edson (o amigo da Sonia que canta ópera), cantou belas musicas acompanhadas por uma pianista muito estranha, parecia vestida para ir ao mercado comprar legumes ou fazer jardinagem. Não parecia que saiu de casa para aquele evento. Não que seja uma ocasião luxuosa, mas percebe-se o cuidado da maioria das pessoas em se vestir com aprumo para uma ocasião que para eles parece muito especial.
Uma Senhora de nome Célia (não guardei o sobrenome), um pouco tímida e "aparentemente" a contra gosto, foi chamada a mostrar três telas de pintura que de longe não deu para definir o estilo e a beleza e dissertar os "inúmeros prêmios" já ganhos, até pelas xilogravuras que ela não mostrou mas que andou expondo. Com a confirmação peremptória de um dos  dois apresentadores que iam se revezando em comentários com o viúvo e um outro parecido com o Ney Latorraca, acho que são parentes tão parecidos...
Vários "fotógrafos" deram cobertura total ao evento, que não chegou pelos meus cálculos, à setenta pessoas. 
Tudo iria para o Blog, disse orgulhosamente um dos apresentadores e garantiu que postaria junto com as poesias declamadas.
O evento chama a atenção pela simplicidade dos que se apresentam, pessoas humildes no ser e no falar, mas aparentemente frequentadores assíduos da Casa do Poeta, e são principalmente pessoas com muita sensibilidade pelo que se ouviu.
O que me chama também a atenção é o comportamento "colegial" entre todos. Pois é comum observar que se levantam e sentam o tempo todo demonstrando uma certa ansiedade e vão falar coisas uns nos ouvidos dos outros, dão risadinhas cúmplices como fazem os jovens em seus grupos, mesmo que lá na frente tenha alguém declamando algum soneto com toda a seriedade, as vezes quase em lágrimas e alguns correligionários nem ai...
Lá pelas tantas um jovem de uns trinta anos, coisa rara por lá, pois como já falei, predomina a quinta idade., pediu a palavra. Pois bem, ele se apresentou para falar de um assunto, segundo ele, "muito engraçado", argumentando que ia aproveitar que ainda estávamos nos finais do período de carnaval (?!) e resolveu declamar um verso de sua autoria em homenagem à Campinas, que a meu ver ficaria muito bem encaixado num RAP (aqueles versos cantados e falados em protesto e que os jovens principalmente os negros, cantam e fazem sucesso). 
Tratava-se de uma reclamação e explicação do porque dizem que quem nasce em Campinas é GAY... 
(UUUUUUUUAAAAAAAUUUUUUUUUUUUUUUU!).
Isso mesmo, o cara usou palavras e palavrões elucidativos e insinuações de todo o tipo para expor seus sentimentos. Não precisa dizer do mal estar geral.
Foi politicamente incorreto, constrangedor e totalmente deslocado, mas como falou a Sonia, a maioria não entendeu, outra parte fez de conta que não entendeu e o restante não ouviu mesmo porque está quase surdo ou não prestaram a atenção.
Os dois apresentadores em vez de mudarem o foco se revezaram em fazer piadas em cima do assunto, citando o nome gracioso do Estádio de Futebol "Brinco de Ouro da Princesa" e o outro falou ainda sobre o "Quartel do Exército que é Cor-de -rosa", no que imediatamente levantou-se uma ilustre, de peruca negra desfiada (uma daquelas muito inquietas que não parava no lugar, tirando fotos e falando ao ouvido de outros o tempo todo) para "explicar" o porque da cor do quartel e lá pelas tantas terminou dizendo que mais não falaria para não perder a pensão (?!). 
Foi constrangedor mas muito engraçado também.
Também presente ao evento, para honra "dos menores", lá estava uma conhecida colunista do jornal da cidade, viúva de figura conhecidíssima da cidade, poetisa (poeta) da Academia, por sinal minha conterrânea que vive fora de Florianópolis faz 300 anos e ninguém a conhece por lá....
Quase ao final, a dama foi convidada a falar e declarou para quem quisesse ouvir que admirava aqueles que lá estavam com seus versos sem simetria e muita coragem e que sem pudor nenhum os apresentava a todos ali presentes. 
Também declarou que tinha um grupo de dezoito poetas, um grupo fechado, fez questão de frisar, porque precisava ser "muito bom" para fazer parte dele.
Arrepiei inteira. Chorei de vergonha alheia...

Deu dezessete horas encerraram o evento e enquanto tiravam fotos do grupo presente, fomos saindo ligeirinho antes do temporal que caiu logo que 
chegamos em casa.

Valeu Sonia, adorei.
Não sei por que saiu bicolor.... nada a ver... loucuras do computador...não consigo igualar...