Incrível como certos assuntos, certos dias, chegam até nós num mesmo dia por diversas fontes nos fazendo pensar e repensar...
Recebi hoje cedo da minha filha Andréa um email onde um homem (parece jovem, pois ainda sonha) chamado Rogério Albuquerque, que levou uma caixa de livros e os distribuiu pelas esquinas da cidade observando com que avidez as pessoas e os garotinhos de rua queriam os livros, mostrando também uma fome de conhecimento que não tem bolsa família sem estudo que resolva.
Por volta das treze horas, minha amiga Sonia me contava surpresa e até comovida, que crianças que têm aulas de música num núcleo assistencial, onde ela é voluntária, que frequentam a quarta série não sabiam ler a frase, "quantas linhas têm a pauta musical?" (ou coisa parecida), ela pedagoga e diretora de escola até aposentar-se, não entende como uma criança de quarta série não lê e nem entende o que quer dizer a simples frase, chegando às lágrimas de desespero (a criança) por não saber responder e corresponder a indagação dela que penalizada se ofereceu para alfabetizar a criança, pois sem saber ler não podia estudar a teoria da música. Mais uma vez surpreendeu-se, pois foi informada que não podem (os voluntários), pois não é da alçada deles, já que só o Estado pode "ensinar" de forma convencional, pode?
Ali naquele lugar (muito bem organizado por sinal, oferecendo cursos de música, dança e outros para crianças da periferia) só poderá ser ensinado "alguma coisa" nesse sentido de forma indireta, de maneira lúdica, sem que a criança perceba que está sendo ensinada/alfabetizada (o que é isso gente?). Que mundo é este em que estamos? Como iremos andar para a frente? Assim vamos continuar elegendo presidentes deficientemente alfabetizados; com certeza.
E agora à noite, abro o blog da outra filha, a Lígia, onde está escrito a frase de Felipe Lenhart "Não acredito em colégios nem em universidades. Acredito em bibliotecas."
Mas como ler e entender um texto se não tiver a base? Como as pessoas vão se inteirar que existem sempre e cada vez mais possibilidades, se nunca se leu coisa alguma, nem a placa do ônibus que leva ao centro? A sensação que eu tenho é que somos uma manada humana numa debandada rumo ao nada...infelizmente.
Oi! A frase não é do Ray Bradbury, não do Felipe Lenhart (esse é o nome do blogueiro de onde tirei a frase) e não tem nada contra escolas. A questão é justamente essa: se a criança tem aula na escola, mas não pratica na biblioteca, acaba esquecendo o pouco que aprendeu, não tem como exercitar. Provavelmente os professores delas foram à escola, mas como não lêem, acabam semi-analfabetos...
ResponderExcluirUma tristeza mesmo, de partir o coração... aliás, mais do que tristeza, é uma vergonha um país rico como o nosso assassinar a sangue frio o futuro dessas crianças por pura incompetência e mau-caratismo. Sarney e Lula devem estar contentes com o quadro; mais candidatos ao bolsa-família e mais votos :(
O problema de não saber ler e chegar à quarta série vem desde o governo da ex-prefeita Erundina que criou este método de passar sem exames ;estranhamente o governo estadual apoiou o sistema e assim foi igualado por todo o Brasil
ResponderExcluirVejo duas catástrofes aí; a primeira chega a criança ao final do primeiro grau sem saber nada mas nada mesmo e outra, o complexo que qualquer criança tem de ficar de lado na classe vendo seus coleguinhas lendo,não é lastimável? Sou a irmã da Maria Lucia,sou espiritualista e gostei de ver seu blog-- Gloria-
Que bom Gloria, nem sabia da sua existência (que feia a minha sinceridade, as vezes), também acompanho alguns escritos seus através dela, sem saber que eras sua irmã. Precisamos nos encontrar. Eu adoro a Lucia e as meninas, e ela sabe disso.Bjs
ResponderExcluirLigia, eu não me expliquei bem, eu não entendi que ele era contra escolas, ao contrário, mas como lermos sem aprendermos nem o pouco que imaginas, mesmo frequentando uma escola "oficialmente"?
ResponderExcluir