quarta-feira, 16 de maio de 2012

Seu Hermógenes dos patins


                                               Seu Hermógenes dos patins.
Mais três palavras pescadas no dicionário aleatoriamente.
Esquipático -Habilidade- Siso.

Se o pai tivesse mais SISO que os filhos talvez esse momento não tivesse acontecido. E é claro, todos perderiam.
Mas naquela família era difícil encontrar juízo em alguém. Era um fazer algo e todo mundo apoiar fosse o que fosse.
Imagine que seu Hermógenes, um senhor de meia idade, acordou com o desejo de patinar. Lembrou da juventude e sua destreza no esporte. E entre um gole de café fumegante, uma mordida no pão com manteiga foi desfolhando o livro de memórias detalhando a sua HABILIDADE em pular obstáculos, cadeiras e demais piruetas causando euforia na imaginação dos filhos, tão acostumados as histórias fantásticas do pai, mas aquela de patinar com destreza era novidade.
Por "horas" falou sobre o assunto e cada vez mais o “super homem” se superava nas artimanhas e no domínio do corpo sobre rodinhas. 
Mesmo depois de todos terem se despedido para as atividades do dia, seu Hermógenes ainda ficou viajando nas lembranças do passado.
Na verdade ele era um tanto ESQUIPÁTICO na sua forma de ser, mas a família o adorava e até por essa característica mesmo, que o tornava tão especial.
Naquela casa não havia monotonia, não havia rotina rígida nunca. Todos tinham liberdade para pensar com a própria cabeça e seguir seus sonhos e ambições.
Na hora do jantar ele apareceu com a novidade e um convite. Soube que ali perto, no mesmo bairro, haviam montado um parquinho de diversões com pista de patinação e convidou a todos da família para assistirem o grande show que ele daria sobre os patins. Passada a surpresa e o jantar, foram todos  prestigiar aquele homem de cabelos grisalhos relembrar uma atividade que tanto sucesso fez na juventude e que era totalmente desconhecida pela família.
Calçou os patins alugados sem deixar de reclamar da qualidade dos mesmos, já com isso se desculpando de alguma falha, pensaram todos.
Deslizou de um lado para o outro reconhecendo o terreno, rodopiou no começo com um pouco de insegurança, mas logo em seguida se estabilizou e  ainda conseguiu dar alguns volteios graciosos, um deslizar de costas, o que arrancou aplausos da plateia ansiosa.
 Só não conseguiu foi pular uma cadeira. Ele até tentou, mas estatelou-se no chão alegando que os patins não prestavam; mas ai já era querer demais nénão?

5 comentários:

  1. Aahahahah... mandou muito bem esse sr. Hermógenes!!!

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  2. Definitivamente, Hermógenes não é nome que caia bem a um patinador. Mas, como o fio condutor desta divertida lavra se construiu a partir de três palavras aleatórias, creio que o nome do nosso protagonista também foi escolhido a esmo...
    O que vale é a história, sempre bem contada e cheia de humor. Um beijo e parabéns por mais essa, Clotilde.

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  3. Sim, esta história aconteceu mesmo, com o meu falecido marido Gilberto. Aquele era uma figura realmente.♥

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